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Dica de Filme relacionado ao Mundo do Trabalho: Conduzindo Miss Daisy
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Força
Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy)
EUA, 1989
Bruce Beresford
Com Jessica Tange, Morgan Freeman, Dan Aykroyd
O valor da aposentadoria, novamente em pauta, faz pipocar no noticiário as questões da longevidade e da inversão da pirâmide etária no Brasil. Para ilustrar e pensar com humor sobre esta situação, o gracioso Conduzindo Miss Daisy vem a calhar.
Cabe deixar claro que a indicação deste filme, vinculada a situação exposta, consiste em uma espécie licença poética. Isso porque ele não retrata a realidade do Brasil no século 21. Trata-se apenas de uma oportunidade de resgatar a bela película.
Esclarecimentos à parte, o fato é que a professora, judia, aposentada Miss Daisy, mesmo que do alto da sociedade norte americana, na Geórgia de 1948, nos leva a refletir sobre a vida na idade avançada. E, se hoje as pessoas vivem mais e tem mais tempo para gozar os benefícios plantados por anos de serviço, é a ideia da vida após o trabalho o que nos interessa aqui.
Aqui nos interessa propor que se extraia do filme particularidades que revelam situações universais. Como, por exemplo, a sabedoria contraposta ao conservadorismo, ambigüidade típica dos velhos, reforçada em tempos de aposentadoria. Interessa a ideia de que a capacidade de transformação e de superação se mantém e se aprimoram na velhice, pois são realizadas com mais “sabedoria” e mais “maturidade”.
E, no filme, isso tudo é posto em uma trama simples, que começa quando Daisy (Jessica Tange), devido à sua idade que já passa dos 70, é impedida de dirigir seu carro e seu único filho, Boolie (Dan Aykroyd), contrata um motorista para lhe servir. O contratado é Hoke Colburn (Morgan Freeman), um homem viúvo e negro.
Ressentida com a idéia de não ser mais inteiramente capaz de se cuidar, Daisy, inicialmente, se recusa a ser conduzida pelo novo empregado, pois em sua visão, aceitando-o, estaria cedendo às próprias limitações. Com o tempo ela relaxa e acaba por aceitar o empregado, iniciando uma amizade que perdura por toda vida.
Entre a inicial rejeição e a eterna amizade, a senhora rabugenta, idosa e rica e o trabalhador pobre, negro e semi-analfabeto, descobrem que podem aprender, e crescer, muito um com o outro. Colburn proporciona a Daisy rever suas manias e seus valores e lhe revela o valor da amizade. Ela por, sua vez, baixa guarda, passa a considerar o motorista seu verdadeiro amigo e oferece a ele a possibilidade da leitura.
Com mais de vinte anos o primaveril Conduzindo Miss Daisy se mantém sempre pertinente. Sua graça está em tocar em pequenos detalhes que permitem uma boa convivência humana. Convivência que é a célula de qualquer grande sociedade.