Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Força

É urgente dar mais segurança aos trabalhadores; por Juruna e Egea

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Força

É urgente dar mais segurança aos trabalhadores; por Juruna e Egea

Governo Lula precisa honrar seus compromissos e reverter a atual política de fragilização dos direitos trabalhistas e sindicais

É urgente dar mais segurança aos trabalhadores

É urgente dar mais segurança aos trabalhadores – Foto: Marcello Casal Jr

Por Juruna e Alvaro Egea

Estamos chegando à metade deste governo. Há sinais positivos na economia. O movimento sindical, entretanto, ainda vive a crise iniciada no governo de Michel Temer. Isso é preocupante para o futuro do país e seus trabalhadores, pois aponta para um enfraquecimento contínuo da estrutura e, consequentemente, da prática sindical.

Um futuro sem sindicatos é como um filme distópico no qual o mercado, como um grande ditador, controla o trabalho, o tempo e a concentração de renda. Um filme em que o ditador mercado controla, enfim, a vida do povo.

Por isso, é um erro grave não dar a devida atenção ao movimento sindical. Infelizmente, é o que está acontecendo. Há um mal-estar no ar.

Lula sem vontade política para articulação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra pouca disposição em abraçar a causa do movimento sindical. Claro que ele não poderia resolver sozinho. Existe o Congresso, com maioria de direita, que também teria de avaliar uma eventual proposta sobre o tema.

Mas o governo, que faz sucessivas concessões ao capital financeiro, ao agronegócio e aos grandes grupos econômicos não mostra a mesma disposição de articulação para o lado dos trabalhadores. A revogação dos marcos regressivos das reformas trabalhista e previdenciária, reivindicada no Conclat de 2022, não avança. E ainda existem outros sinais do afastamento de Lula da pauta sindical.

Neste ano, Lula abriu mão de falar com o povo no tradicional pronunciamento de 1º de Maio e, de forma incomum, passou a tarefa ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Desde Getúlio Vargas, o discurso do presidente neste dia é algo grandioso. Foi em 1º de maio de 1943 que Vargas anunciou a Consolidação das Leis Trabalhistas e em 1º de maio de 1954 ele anunciou o aumento de 100% do salário mínimo. Em 2024, não houve discurso presidencial.

O fato de o presidente ter transferido o discurso ao ministro é sinal de que neste governo o trabalhador não é assunto do presidente, mas de uma pasta específica, dentre tantas outras. Hoje, frente a tantos retrocessos, seria importante assumir a centralidade e a universalidade do trabalhador na política nacional.

Em sua fala, o ministro Luiz Marinho valorizou, com razão, o aumento do salário mínimo e a criação de empregos com carteira assinada. Por outro lado, deu grande destaque para o empreendedorismo e não falou em sindicatos ou em organização política dos trabalhadores.

Já o Lula, no ato organizado pelas centrais sindicais na Neo Química Arena, embora também tenha ressaltado a valorização do mínimo, a criação de emprego e o investimento na indústria, foi mais enfático que seu ministro ao ressaltar os “autônomos” e empresários de todos os níveis. “Quem quiser ter um negócio vai ter apoio do governo”, disse.

Vale ressaltar que a tecnologia pode ter dado uma nova roupagem para as relações de trabalho. Mas a contradição com o capital permanece a mesma. E, em um país onde a educação ainda é precária, o empreendedorismo, salvo uma elite de empresários bem-sucedidos, segue o mesmo nível de qualificação dos trabalhadores.

Além disso, era comum, em seus governos anteriores, o presidente se reunir e ouvir os sindicalistas. Dilma Rousseff também recebeu os sindicalistas mais de uma vez. Agora, no atual governo, justamente quando mais precisam, o presidente, assim como fez com o pronunciamento de 1º de maio, delega a tarefa a ministros que, muitas vezes, se mostram evasivos ou priorizam assuntos laterais em vez de tratar do que é urgente, que é a manutenção da estrutura e do movimento sindical.

Pontuamos ainda que o governo emite constantes sinais de que só 1 partido político, uma central sindical e 1 movimento social são dignos de serem recebidos, vistos e ouvidos pelo presidente Lula. O governo se enfraquece quando se isola do movimento sindical.

A crise no movimento sindical é externa

Da parte dos sindicatos, mesmo feridos de morte, tudo o que está ao alcance tem sido feito: trabalho cotidiano, assembleias, convenções, encontros, ações políticas etc. Temos nos atualizado, usado a tecnologia, participado dos debates, recebido e ouvido as demandas dos trabalhadores. Então, mesmo que existam problemas, como em qualquer organização, a raiz da crise no movimento sindical não é interna. É política e cultural.

O que intriga é pensar qual é a perspectiva de desenvolvimento para o país no longo prazo sem sindicatos fortes. É preciso promover políticas de desenvolvimento sólidas e duradouras e valorizar os trabalhadores, com salário e direitos trabalhistas, inseridos neste processo.

Assegurar benefícios aos trabalhadores

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro de 2024, Lula disse que seu objetivo mais urgente é acabar com a fome, “como fizemos em 2014”. Mas as benesses conquistadas naquele ano foram liquidadas em nome do ajuste fiscal na transição dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. O desemprego baixo de 2014 saltou a partir de 2016, chegando a bater os 20% nos anos seguintes, e isso disseminou a pobreza e a indigência pelo país.

Quando mudar o governo, nada garante que a política econômica responsável pelo desemprego baixo, valorização do salário mínimo, alta do consumo das famílias e aquecimento do comércio, permaneça.

Não precisa ir muito longe para ver analistas econômicos da grande imprensa ressentidos com o atual modelo que privilegia investimentos sociais em detrimento dos “humores” do mercado. É preciso considerar que, desde as capitanias hereditárias, o tipo de pensamento que repudia a valorização do salário mínimo e deseja a manutenção de um exército de desempregados está sempre à espreita.

Dessa forma, além de trabalhar por bons índices econômicos, como está fazendo, o governo precisa criar meios para que os benefícios dos trabalhadores e dos mais pobres, como emprego, salário, saúde e segurança, sejam assegurados para além dos 4 anos de gestão. Manter e fortalecer os acordos salariais e as convenções coletivas dos sindicatos é uma forma de fazer isso.

Todavia, hoje, enquanto os sindicatos veem seu papel de representação e negociação diminuídos, os trabalhadores sofrem com a crescente precarização do trabalho.

Papel do Estado

No artigo “Sete anos depois, reforma trabalhista é reconhecida como precarizante”, publicado no site Consultor Jurídico, em 27 de setembro de 2024, o procurador Regional do Trabalho aposentado, Raimundo Simão de Melo, afirma que:

“A reforma trabalhista de 2017 não beneficiou os trabalhadores, mas os empregadores, como se reconhece depois de 7 anos. Concluiu pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV–Ibre) que a maioria das vagas criadas desde a reforma trabalhista de 2017 foram precárias. Entre julho de 2017 e junho deste ano, os autônomos passaram de 21,7 milhões para 25,4 milhões, crescimento de 17%”.

O procurador cita também o problema do enfraquecimento dos sindicatos:

“As empresas se beneficiaram porque ao enfraquecer sindicatos, limitar o acesso à Justiça e permitir que os empregadores negociem sem os sindicatos, a reforma desequilibrou as forças e aprofundou a desorganização do mercado de trabalho”.

E aponta diversos exemplos de medidas precarizantes da reforma:

“a) o negociado sobre o legislado; b) o trabalho de grávidas e lactantes em ambientes insalubres; c) a redução do intervalo para refeição e descanso; d) as jornadas de 12 horas seguidas por 36 horas de descanso; e) a prestação de serviços a terceiros e o teletrabalho; f) a higienização dos uniformes de trabalho; g) a extinção da contribuição sindical sem qualquer outra forma de substituição do custeio das atividades sindicais”.

Acrescentamos a esta seleção, o fim das homologações nos sindicatos.

Desde o governo de Michel Temer, vivemos não só um período de desmonte dos direitos trabalhistas, mas também um processo de desconfiguração do protagonismo da classe trabalhadora. Processo perverso, uma vez que se dá em um país que ainda sofre com a baixa escolaridade, com uma educação precária, com a disseminação de doenças típicas de regiões pobres, e com a influência cada vez maior de uma política baseada no mercado capitalista.

É papel deste governo fazer um esforço para reverter os graves retrocessos vividos nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro e dar mais segurança aos trabalhadores. Caso contrário, o futuro será de desequilíbrio ainda maior entre ricos e pobres.

É urgente que o governo fomente a criação de bons empregos, por meio dos quais o povo e o país possam alcançar patamares melhores de desenvolvimento. Empregos com CLT e que permitam vínculo dos trabalhadores com suas organizações.

Os sindicatos são meios de assegurar um equilíbrio social e um contrapeso ao capitalismo selvagem e permanecem independentemente dos governos. Além das reivindicações próprias de cada categoria, o movimento sindical também luta por desenvolvimento econômico, democracia, soberania e valorização do trabalho.

O governo Lula, eleito com apoio maciço do movimento sindical, precisa honrar seus compromissos e reverter a atual política de fragilização dos direitos trabalhistas e sindicais.

João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo

Álvaro Egea, advogado, secretário-geral da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e diretor do Sindvestuário de Guarulhos (SP)

Leia também: Mulheres no mercado de trabalho, os desafios a vencer

Últimas de Força

Todas de Força
NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe
Força 19 NOV 2025

NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais
COP-30 19 NOV 2025

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30
COP-30 19 NOV 2025

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP
Força 19 NOV 2025

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista
Força 19 NOV 2025

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026
Força 19 NOV 2025

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10
Força 18 NOV 2025

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas
Palavra do Presidente 18 NOV 2025

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva
Força 18 NOV 2025

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia
COP-30 18 NOV 2025

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate
Força 17 NOV 2025

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta
Imprensa 17 NOV 2025

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026
Força 17 NOV 2025

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres
Força 17 NOV 2025

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais
Força 14 NOV 2025

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025
Força 14 NOV 2025

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027
Força 14 NOV 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas
Força 14 NOV 2025

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba
Força 14 NOV 2025

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida
Imprensa 13 NOV 2025

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30
COP-30 12 NOV 2025

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real
Força 12 NOV 2025

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30
COP-30 12 NOV 2025

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira
Força 12 NOV 2025

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência
Imprensa 12 NOV 2025

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30
COP-30 11 NOV 2025

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário
Força 11 NOV 2025

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário

Trabalhadores da Sky Master rejeitam proposta de PLR em assembleia
Força 10 NOV 2025

Trabalhadores da Sky Master rejeitam proposta de PLR em assembleia

Aguarde! Carregando mais artigos...