
Eusébio Neto defende a criação do Dia do Frentista em audiência no Congresso
Os trabalhadores de postos de combustíveis e de lojas de conveniência desempenham um papel relevante na economia do país e na sociedade. A atividade de frentista, desempenhada em condições insalubres e periculosas, é de alto risco e, por isso, deve ser reconhecida nacionalmente com a instituição de uma data.
A proposta foi apresentada pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), em audiência pública realizada na terça-feira, 6, na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Lideranças frentistas fizeram um resumo da história e da trajetória de luta da categoria.
Daniel Almeida disse que, além de enfrentar uma jornada de trabalho estafante, o frentista é constantemente alvo de violência, seja como testemunha ou como vítima. Contudo, alguns parlamentares apresentam esses profissionais como descartáveis ao proporem projetos que instituem o autoabastecimento nos postos de combustíveis.
De acordo com o parlamentar, o Dia Nacional do Frentista reconhece a importância desta atividade essencial para o Brasil. O dia 4 de março tem como objetivo exaltar a organização dos trabalhadores, uma vez que o primeiro sindicato dos frentistas foi fundado nesta data, em São Paulo.
“A data é significativa porque demonstra a relevância dos sindicatos na defesa dos trabalhadores”, disse.
A voz da categoria
O presidente do Sinpospetro-RJ e da Fenepospetro, Eusébio Pinto Neto, afirmou que a trajetória de luta dos frentistas coincide com o progresso do país. A categoria presta um serviço relevante para a sociedade desde o início do século XX, quando surgiu a indústria automobilística no Brasil. Hoje, cerca de 500 mil profissionais trabalham em mais de 40 mil postos de combustíveis.
De acordo com Eusébio, a categoria é essencial, sobretudo em situações de extrema dificuldade, como o caso da Covid 19. Ele observou que, apesar da Lei 9.956/2000, que proíbe a utilização de bombas de autosserviço nos postos, o frentista ainda luta para manter o seu emprego.
Eusébio afirmou que o projeto de Daniel Almeida merece ser aprovado e pediu o apoio dos parlamentares para a instituição da data em homenagem à categoria.
Risco à saúde
Hélio Gherard, advogado da Fenepospetro, advertiu sobre os riscos de exposição a produtos cancerígenos, como o benzeno. O advogado disse que o frentista deve ser informado sobre os riscos envolvidos no abastecimento.
Hélio comparou o frentista a um comunicador social pelo cuidado dispensado aos clientes.
Audiência
Orlando Silva, deputado do PCdoB de São Paulo, afirmou que a homenagem ao frentista destaca a relevância do trabalho humano. De acordo com ele, a função de frentista vai além do abastecimento, uma vez que a economia do país circula pelas estradas.
“A homenagem simbólica é uma demonstração de reverência e de respeito a essa categoria relevante para a atividade econômica do país”, disse.
Luiz Arraes, presidente da Fepospetro, apresentou um breve histórico da categoria e disse estar orgulhoso da profissão. Também participaram da audiência o presidente do Sindicato dos Frentistas da Bahia, Antônio José dos
Santos, o diretor do sindicato da categoria de Brasília, Willian Santos, e o frentista eleito prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão (PL).
Leia também: Químicos de Baixada Santista empossam diretoria eleita