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Força
‘Governo e políticos querem controlar o sindicalismo’
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Força
Luís Carlos de Oliveira, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, presidente do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que substituiu Zenaide Honório, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, falou do momento provocado pela reforma trabalhista, que, embora passe a vigorar somente em novembro, já produz efeitos nas na realidade sindical, sobretudo no campo das negociações salariais.
“DAR PODER E RETIRAR O DINHEIRO”
A exposição feita por “Luisinho”, como é conhecido, foi feita após palestra do Coordenador de Relações Sindicais do DIEESE, José Silvestre Prado de Oliveira, descreveu como a reforma trabalhista prejudicará os direitos dos trabalhadores e a própria organização sindical. O sindicalista demonstrou que as alterações introduzidas pela reforma, como a prevalência do negociado sobre o legislado, parecem dar poderes aos sindicatos, mas, ao mesmo tempo extingue o imposto sindical, principal meio de sustentação financeira das entidades.
Para ele, o protagonismo social do sindicalismo sempre incomodou a empresários e à classe política, que, com a reforma demonstraram o desejo de controlar o movimento sindical, sem acabar com ele. O dirigente da Força admitiu que o movimento sindical também é responsável pelos problemas criados. A questão do financiamento sindical está entres os exemplos, já que não houve entendimento entre as lideranças e não foi apontada alternativa de custeio.
O presidente do DIEESE acredita que o momento cobra a união do sindicalismo, “que não pode ficar dividido”. “Luisinho” citou as ações do setor metalúrgico, que está montando grupos de negociação unificada para fortalecer o segmento laboral e anular, na prática, elementos impostos pela reforma.
UM MOVIMENTO EM PROL DO DIEESE
Uma campanha pretende ir além de pouco mais de 700 entidades que são filiadas ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (DIEESE) na atualidade, em um universo composto por 12 mil entidades sindicais, das quais mais de 8 mil sindicatos representam os trabalhadores. Junto à busca de novas filiações, a ideia é criar um fundo de reserva para manter os técnicos e as pesquisas, que ajudam o sindicalismo a entender melhor a realidade política e econômica do país.
“A sociedade precisa saber que os recursos que eram destinados para os sindicatos eram também revertidos em prol da coletividade, como na sustentação de institutos como o DIEESE, detentor de credibilidade é mundial e cuja atuação é incontestável, devido à aplicação de metodologia científica, que gera conhecimento social e contribui para a formulação de políticas públicas” advoga “Luisinho”, que aponta a execução de Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), um levantamento domiciliar contínuo, realizado mensalmente, desde 1984, na Região Metropolitana de São Paulo, em convênio entre com a Fundação Seade, como prova do valor do Departamento.
O reconhecimento da importância da PED como instrumento de análise da realidade socioeconômica foi concretizado na implantação da pesquisa em outras regiões do país, a partir de 1987, quando passou a ser realizada no Distrito Federal e nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e mais recentemente Fortaleza, constituindo o Sistema PED. O apoio financeiro e o reconhecimento institucional da PED como parte integrante do Sistema Público de Emprego, por parte do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram inestimáveis na consolidação deste novo sistema de produção estatística.