O artigo de Roberto Leher e Amanda Moreira revela que o Ensino Superior privado-mercantil, sobretudo na modalidade a distância, intensifica jornadas docentes, precariza condições de trabalho e compromete qualidade.
Segundo os autores, a expansão acelerada do EaD aumentou matrículas sem ampliar proporcionalmente o número de docentes. Isso resultou em turmas superlotadas e relações desproporcionais estudantes-professor.
O estudo aponta que plataformas digitais e gestão algorítmica controlam o trabalho docente, impondo metas, gamificação e autocontrole, configurando uma nova forma de exploração laboral.
Dados do Censo de 2023 mostram que instituições privadas chegam a registrar um professor para cada 2,2 mil estudantes, configurando sobrecarga inédita e adoecimento docente.
Casos relatados incluem professores demitidos por mensagens automáticas e docentes com salários reduzidos drasticamente, evidenciando um quadro de insegurança e perda de direitos trabalhistas básicos.
Os autores concluem que é urgente regulamentar o tempo de trabalho, combater a mercantilização radical da educação e implementar dedicação exclusiva como padrão docente nacional.