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O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, reuniu-se com o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo, nesta terça-feira (4), debater propostas para o Brasil.
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Jundiaí/SP: Sindicato dos Comerciários firma acordo com Casas Bahia
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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Revoltados com a situação de trabalho enfrentada há algum tempo, os funcionários do depósito das Casas Bahia, localizado na Via Anhanguera, decidiram botar a boca no trombone e lutar por melhores condições de trabalho, às vésperas do Dia dos Pais.
As principais queixas foram o valor exorbitante descontado por refeição ( R$ 3,10 ), a alto valor do convênio médico ( R$ 22,00 por dependente ) e a carga horária além dos limites, uma vez que muitos trabalham 12 horas por dia para ter um dia de folga. De acordo com os trabalhadores que estavam no local, existiam várias faixas salariais que ignoravam o tempo de casa.
O funcionário da logística Manoel* afirmou que várias pessoas já estavam até doentes de tanto trabalhar neste esquema. " Muitas meninas que trabalham no SAC ( Serviço de Atendimento ao Consumidor ) estão sofrendo de infecções urinárias e intestinais. Ficam muito tempo sentadas na mesma posição e não podem nem ir ao banheiro. O motivo da nossa paralisação também é para que tenhamos de volta os benefícios que perdemos".
Preocupado com a situação dos comerciários, o Sindicato foi até o local da paralisação para apurar os fatos e tentar uma negociação com a diretoria do depósito. O clima era de extrema revolta entre os cerca de cinco mil funcionários, que se mostraram desconfiados quanto às promessas feitas pela direção das Casas Bahia. Debaixo de chuva, a multidão exigia mudanças na política da empresa para voltar ao trabalho.
A atendente de SAC Emília Cristina de Almeida Gabriel explica que a insatisfação no depósito é geral. " A gente precisa de melhorias dentro da empresa. Duas classes [ comerciários e rodoviários ] se uniram para reivindicar seus direitos, porque quando estamos escaladas para trabalhar no domingo, a gente trabalha doze dias seguidos e acredito que 6×1 estaria ótimo", desabafa. Fernanda*, que também trabalha no SAC, endossa as palavras da colega. " Domingo, quando a gente vem trabalhar, não tem ônibus [fretado] e temos que pagar ´do bolso` e a empresa não reembolsa. Todos os meses tínhamos prêmios, agora exercemos dupla função para ganhar o mesmo salário. Todo mundo que entra para trabalhar recebe um salário diferente. Nunca é igual, sendo que o serviço é o mesmo."
Depois de uma longa discussão entre o Sindicato dos Comerciários e as Casas Bahia, finalmente as partes chegaram a um consenso. Também participaram das negociações o sindicato dos condutores da cidade e a comissão de trabalhadores.
Na ata da assembléia constam várias mudanças ( leiam-se melhorias ) que vão de encontro a uma série de reivindicações dos funcionários das Casas Bahia.
Após o acordo firmado dia 12 de agosto, ficou estipulado que o valor descontado de cada refeição seria de R$ 1,50 , enquanto o convênio médico passará a custar apenas R$ 15,00 por pessoa. Há ainda outras mudanças, como reajustes salariais que variam de 8% a 15%, dependendo da função. Pela cesta básica só poderá ser descontado R$ 13,00 dos trabalhadores e o adicional noturno será de 35%.
O Sindicato dos Comerciários de Jundiaí informa que ainda estão em pauta outros benefícios, que serão discutidos dentro dos próximos dias.