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Medicamentos a prefeitura tem, mas não farmacêuticos suficientes
terça-feira, 16 de abril de 2024
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Apesar de possuir ampla disponibilidade de medicamentos em seus almoxarifados de saúde, a prefeitura de Santos não tem o número de farmacêuticos necessários à sua liberação.
A situação já levou o Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP) a multar a administração muitas vezes, após tentativas infrutíferas de diálogos. Mas as taxas sequer são pagas.
As quase 40 unidades básicas de saúde do munícipio atuam sem esses profissionais, cujas funções são irregularmente exercidas por técnicos ou auxiliares de farmácia.
O assunto foi detalhadamente debatido no programa ao vivo do Sindest na segunda-feira (15), pela Facebook, Youtube e Instagram, com participação de duas farmacêuticas da PMS.
Maria Teresa Santos e Rafaela Rocha falaram ao presidente Fábio Pimentel e ao diretor de comunicação do sindicato dos 11 mil estatutários e 7 mil aposentados do executivo e legislativo, Daniel Gomes.
Mediados pelo jornalista Willian Ribeiro, as profissionais e os sindicalistas escarafuncharam os locais de trabalho e os problemas enfrentados diariamente pelo segmento.
Lamentaram, por exemplo, que não faltam apenas farmacêuticos no setor, mas também técnicos e auxiliares de farmácia que frequentemente os substituem.
Daniel observou que qualquer farmácia particular precisa ter farmacêutico de plantão. Caso contrário, é multada pela fiscalização da prefeitura, que, contraditoriamente, opera sem farmacêuticos.
Segundo Fábio, o Sindest já levou o problema várias vezes à administração sem que providências tenham sido adotadas. O sindicato, explicou, voltará a exigir a solução do problema.
A não inclusão dos farmacêuticos no programa de reclassificação que beneficiou 12 segmentos do funcionalismo nestes primeiros meses do ano foi debatida no programa.
Fábio, Daniel, Teresa e Rafaela lamentaram muito a situação. O presidente lembrou que, nos dois últimos anos de gestão do prefeito Paulo Alexandre (PSDB), havia dois projetos prontos para isso.
Segundo ele, também seriam beneficiados os auxiliares de contabilidade e os ex-funcionários do Demutran. “A reclassificação desses três segmentos é ponto de honra”.
A defesa do SUS (sistema único de saúde) marcou o final da ‘live’, quando Teresa falou que muitos profissionais do serviço público trabalham por amor à causa, apesar dos salários abaixo do mercado.
Segundo ela, os profissionais qualificados, e que cada vez mais se qualificam, permanecem na prefeitura por paixão ao SUS.
E por isso não partem para a iniciativa privada.
Disse que o trabalho é estressante e enlouquecedor, mas que, mesmo assim, o pessoal bate no peito para defender o sistema de saúde público que atende a população mais carente.
“Quando o bicho pega, é no SUS que as pessoas se socorrem, sejam elas ricas ou pobres”, disse Daniel. Segundo ele, 95% dos cânceres são tratados no sistema público de saúde.
Também no final, Fábio lembrou que as ‘lives’ do Sindest possibilitam uma compilação de argumentos que o sindicato apresenta à atual gestão e mostrará também ao próximo prefeito.
Os programas ao vivo ficam disponíveis na rede social do sindicato, conseguem ótima audiência no momento em que são apresentados e também posteriormente.
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