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Porto Alegre (RS): Lula, “estadista global”, critica Davos e postura dos países ricos na Cop-15
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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A rápida passagem do presidente Lula em Porto Alegre mobilizou ativistas e lideranças políticas que foram ao ginásio Gigantinho, na noite de 26/01, ouvir críticas ao modelo econômico defendido em Davos, no Fórum Econômico Mundial. Lula declarou ter a mesma disposição de janeiro de 2003, nos primeiros dias dele na presidência da república. "Também o Fórum era o início de uma experiência de organização da sociedade civil para reivindicar na perspectiva de que podíamos apresentar a idéia de que um novo mundo era possível, assim como o Brasil e a América Latina", comentou. Passados dez anos – frisou o presidente – "o Fórum é mais senhor do conhecimento das dificuldades que existem entre reivindicar e conquistar, entre propor e lutar".
O presidente da república disse estar convencido de que vivemos um momento excepcional na política latinoamericana, com fatos importantes para a consolidação da democracia. No meu governo – disse – foram realizadas 60 conferências com o movimento social. O presidente lembrou da repercussão sobre a presença dele no congresso dos GLBT, que reúne Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Lula falou da inquietação provocada por seu gesto e do fato de estar acompanhado pela mulher Marisa, afirmando ter ouvido "coisas extraordinárias".
De viagem marcada para Davos, na Suiça, onde participará do Fórum Econômico Mundial e será agraciado com o título de "estadista global", Lula afirmou ter a consciência de que o evento não tem mais o "glamour", que os organizadores pensavam ter em 2003. O sistema financeiro não pode mais desfilar como o modelo de gerenciamento das economias mundiais, pois acabou de provocar uma das maiores crises das últimas décadas – disse. "Vou lá com orgulho para mostrar que, humildemente, foi um torneiro mecânico que implantou mais universidades e escolas técnicas em toda a história do país", frisou o presidente. Nesse momento, Lula teve de interromper sua fala devido à vibração da platéia. Para ele, é preciso dizer em Davos que o Brasil é detentor da mais consolidada política de inclusão social do planeta. Ao falor da crise no Haiti, após o terremoto que arrasou a capital Porto Principe, o presidente brasileiro foi enfético ao declarar que "o Brasil fará a sua parte", citando a grande quantidade de brasileiros que querem se inscrever como voluntários naquele país. Lula anunciou a construção de uma unidade de pronto atendimento no Haiti nos próximos 30 dias, com 1.160 metros quadrados, que se somará ao já atuante hospital de campanha da Aeronáutica.
Luis Inácio Lula da Silva destacou o papel propositivo do Brasil na COP-15, 15ª Conferência das Partes realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, entre os dias de 7 e 18 de dezembro/09 deste ano, em Copenhague, Dinamarca. Para ele, o Brasil apresentou uma "decisão mais consistente" entre os países participantes, propondo que até 2020 o país diminuiria a emissão de gases do efeito estufa entre 36% e 39%, diminuindo o desmatamento da Amazônia em 80%. Declarando-se surpreso, Lula lamentou a posição de Estados Unidos e Europa, que se uniram para "jogar a culpa na China", com redução simbólica da emissão de gases. "Se um país está poluindo o mundo há 200 anos, não é justo que este pague a mesma conta de quem polui menos e há menor período de tempo", afirmou Lula.
O presidente do Brasil veio a Porto Alegre em companhia de seis ministros de estado, dois senadores, e sua presença mobilizou dez deputados federais, prefeitos da Região Metropolitana de Porto Alegre e o governador da Bahia, Jacques Wagner.