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Salvador (BA): Trabalhadores estão em greve no Estaleiro Paraguaçu
segunda-feira, 8 de abril de 2013
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Com data base em 1º de março, os trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (SINTEPAV), apresentaram a pauta de reivindicações ao Sindicato Patronal (SINICON) em janeiro de 2013, em ato público que reuniu 10 mil trabalhadores. Durante 60 dias, o SINTEPAV buscou a negociação, objetivando consolidar as reivindicações da categoria sem a necessidade de greve. As obras de Mobilidade Urbana, Ferrovias, Energia Eólica, Estaleiro Enseada do Paraguaçu, Arena Fonte Nova, obras de distribuição de Água no semiárido entre outras, são fundamentais à Bahia e ao Brasil, levando o SINTEPAV a realizar um esforço negocial evitando paralisá-las.
Durante esse período, o SINTEPAV buscou uma negociação justa e equilibrada. Fundamentou a defesa das reivindicações da categoria, com base no desempenho obtido pelo setor, cujas empresas são multinacionais brasileiras. O Brasil vem realizando investimentos públicos em grandes obras de infraestrutura, sendo as construtoras principais beneficiárias desta ação. Até 2016, estão previstos R$ 1,5 trilhões em 12.265 obras em todo país. Sabemos que o aumento dos investimentos em infraestrutura impulsiona o crescimento do país, aumentando o mercado das construtoras e de fabricantes de máquinas de equipamentos do país.
Em 2012, o setor da construção movimentou cerca de 215 bilhões na cadeia produtiva, com aumento da sua participação no PIB brasileiro. Aproximadamente, 41,4% dos investimentos produtivos do país foram destinados a construção em 2011. O indicador das contas nacionais Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF, que mostra a intensificação da atividade da construção e a ampliação com gastos em máquinas e equipamentos, tem sua participação em relação ao PIB vem evoluindo desde 2003, de 15,3%, para 19,3% em 2011. A participação dos investimentos em construção corresponde a quase 50% do total dos investimentos do país, em 2011.
As medidas do Governo visando estimular o crescimento do país beneficiaram diretamente as Construtoras, garantindo assim a redução dos seus custos e o aumento nos seus faturamentos e, por consequência, nos resultados dos seus lucros. Destacam-se as medidas de desoneração do setor da construção, que reduziu a contribuição patronal de 20% para 2%, significando a renuncia fiscal de R$ 2,85 bilhões; redução da alíquota de 6% para 4% do Regime Especial de Tributação (RET) das empresas com redução de R$ 411 milhões; redução de energia elétrica em até 28% para empresas; isenção de IPI em produtos da cesta da construção; redução das taxas de juros e com custo financeiro para investimentos sofrendo uma readequação estrutural, com a queda da taxa Selic e a redução dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para 2,5% em 2012, com taxas médias em 2013, em torno de 3,5% ao ano.
“É lamentável que alguns empresários baianos só pensem no lucro instrumental e não na Bahia. Pensem nas empresas e não na vida e dignidade humana no trabalho. Que prefiram o agravamento do sofrimento de milhões de pessoas que sofrem a inclemência da seca e pouco se importam com a paralisação de barragens e adutoras, vitais para mitigar os efeitos da seca no Estado”, afirma o presidente do Sintepav, Adalberto Galvão.
O SINTEPAV lamenta a postura desses empresários, mas cumprirá seu papel de continuar lutando pela valorização social do trabalho, do direito e da vida dos Trabalhadores.