
Desemprego recua e emprego com carteira bate recorde no Brasil – Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O mercado de trabalho brasileiro segue em recuperação. A taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025 — o menor índice desde o início da série histórica recente — e o número de trabalhadores com carteira assinada bateu recorde: 39,8 milhões de pessoas com vínculo formal no setor privado.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo IBGE. Em relação ao trimestre anterior (dezembro de 2024 a fevereiro de 2025), houve queda de 0,6 ponto percentual na taxa de desocupação. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi ainda maior: 1 ponto percentual.
Outro dado positivo foi o aumento da população ocupada, que chegou a 103,9 milhões de pessoas, um crescimento de 1,2 milhão em três meses. Na comparação anual, o avanço foi de 2,5 milhões de trabalhadores.
Menos desalento, mais carteira assinada
O número de pessoas desalentadas — aquelas que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,89 milhões, o menor patamar desde 2016. A taxa de informalidade também recuou e agora representa 37,8% da população ocupada. Isso equivale a 39,3 milhões de trabalhadores informais, número inferior ao registrado no trimestre anterior e no mesmo período de 2024.
A queda na informalidade está ligada à estabilidade do número de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões) e ao crescimento do trabalho por conta própria com CNPJ, que aumentou 3,7% no trimestre.
Mais renda circulando
O rendimento médio mensal dos trabalhadores ficou em R$ 3.457, valor estável em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 3,1% em comparação ao ano passado. Já a massa de rendimentos — soma total dos salários no país — atingiu R$ 354,6 bilhões, um recorde. O avanço foi de 1,8% no trimestre e de 5,8% no ano.
Segundo o IBGE, o aumento da massa salarial se deve principalmente ao crescimento no número de pessoas trabalhando, e não necessariamente a aumentos salariais individuais.
Setores que mais empregaram
A maior parte dos setores ficou estável em relação ao número de vagas, com exceção da área de administração pública, educação e saúde, que cresceu no trimestre — reflexo do início do ano letivo, com contratações de professores, cuidadores, cozinheiros e outros profissionais.
Na comparação anual, cinco setores ampliaram o número de trabalhadores:
- Indústria: +501 mil pessoas
- Comércio: +655 mil
- Transporte e correio: +395 mil
- Serviços administrativos e financeiros: +475 mil
- Setor público e saúde: +625 mil
Por outro lado, a agricultura perdeu 307 mil vagas em um ano.
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