Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 ABR 2024

Imagem do dia

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Mulher

Mulheres partem sozinhas rumo ao Brasil e querem chance de trabalho

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Mulher

Mulheres partem sozinhas rumo ao Brasil e querem chance de trabalho

Angolana quer ser modelo e estilista; marroquina deixou filha pequena no país natal

Dos 65 milhões de pessoas em deslocamento no mundo hoje, 52% são mulheres, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

É um fenômeno diferente do de séculos passados, em que as famílias mandavam seus homens na frente —os pais de família ou filhos mais velhos—, com a tarefa de levantarem dinheiro para depois mandar buscar os que ficaram para trás.

Em parte, as mulheres agora viajam para fugir de estupros —usados como armas de guerra— ou de violência doméstica. Mas muitas estão apenas à procura de uma vida melhor, em pé de igualdade com os homens também imigrantes. O vídeo abaixo relata as esperanças de três dessas mulheres, cujos depoimentos estão nesta página.

Apesar da igualdade nas qualificações e no potencial, mulheres imigrantes precisam de políticas públicas específicas, segundo especialistas.

"Elas são mais vulneráveis à exploração, e muitas foram realmente exploradas até chegar aqui", diz Floriano Pesaro, que deixou nesta quinta (5) o cargo de secretário de Desenvolvimento Social do estado de São Paulo, no qual coordenava as entidades que recebem refugiados e outros estrangeiros recém-chegados.

"As imigrantes sudanesas, nigerianas, congolesas, em geral foram vítimas de perseguições políticas, étnicas, em seus países. Chegam muito machucadas do ponto de vista moral e algumas do ponto de vista físico. Em geral vêm sozinhas, ou com os filhos, sem o marido —que foi morto ou não conseguiu sair. São as histórias mais trágicas possíveis, e requerem mais tempo e recursos humanos e psicológicos", diz ele.

Gabriela Cunha Ferraz, ex-coordenadora do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres no Brasil e idealizadora do projeto Vidas Refugiadas, diz que uma das principais dificuldades para ela é deixar os filhos no país natal.

“É uma dor e um obstáculo imenso para que se integrem em outro país. Sempre falta um pedaço. Essa mulher pode falar a língua, conseguir um emprego, mas ela jamais está inteira enquanto não restabelecer o vínculo da maternidade. E muitas, porque precisam mandar dinheiro para seus filhos,  ficam expostas à prostituição. Falta política, faltam recursos, e a mulher, por ser invisível nesse processo, por não ser enxergada, tende a sofrer mais", afirma Ferraz.

Emilia Luwawu Makungundu, 22, de Angola

"Precisei sair do meu país porque estava com risco da vida.

Deixei meu pai… chamo de meu pai, mas é meu tio. Meu pai e minha mãe faleceram há muito tempo em um acidente de carro.

Meu irmão está na província de Angola, também fugiu. Meu tio também precisou sair. Até agora não tenho novidade dele, não sei de nada sobre ele.

Chegar aqui sozinha é difícil quando você não tem emprego. Trabalhando, tudo vai dar certo.

Vou fazer a faculdade de contabilidade, mas preciso trabalhar.

Publicidade

Conseguir me formar é um sonho meu, ser modelista, estilista. Espero fazer muitas coisas aqui. Sei que com o apoio de Deus tudo vai dar certo. Mas preciso estudar, me formar, trabalhar.

Sinto falta da minha família, muita falta deles. Não sei um dia vou reencontrá-los.

Bouchra Rachidi, 36, do Marrocos

Liberdade é a melhor coisa do Brasil. No Marrocos, para as mulheres, a situação é muito diferente e difícil.

Deixei toda minha família e vim sozinha, para mudar de vida. No Marrocos, tinha uma microempresa.

Claro que sinto saudades, mas a viagem é isso. Depois que tomei a decisão, não posso ficar presa em remorsos. Minha prioridade agora é aprender português para trabalhar e me estabilizar.

Só o bom [Deus] sabe o que será de mim daqui a 3 ou 10 anos, mas tenho um bom pressentimento
sobre o futuro.

São Paulo é grande, tem muito trabalho, muita gente, acho que será melhor para mim.

Marcelina Fernandes Ndombele, 32, de Angola

Viemos para cá porque um general queria matar meu marido. Nem pensei em nada, só queria fugir.

Cheguei aqui grávida de 6 meses, a comida não fazia bem, vomitava. No dia em que Vitória nasceu, estava a chorar muito. Porque não tínhamos nada, Francisco [o marido] não tinha trabalho, também estava a chorar. Chorar, chorar…Não vai resolver nada. Parei de chorar.

Francisco está há duas semanas a trabalhar numa lavanderia, mas não temos dinheiro para mandar a Angola. Deixei minha filha de 8 anos com avó lá no meu país. Quando penso nisso nem tenho apetite. Não gosto de pensar no futuro, quando penso nessa coisa meu coração fica ruim. Agora não temos nada.

Para Angola não dá para voltar agora. Não sei se um dia eu vou voltar.

Estamos mais ou menos contentes no Brasil, precisamos de trabalho, só trabalho. Para uma mulher, é difícil. Meu cabelo vive sujo, não tenho dinheiro para arrumar meu cabelo. É muito complicado.

Em Angola eu trabalhava numa loja, depois parei. Não sei o que farei quando a Vitória crescer. Acho que quando passar cinco, seis meses… Aqui para trabalhar é muito complicado, só com experiência, experiência, eu não tenho experiência. Vou trabalhar como?

Para Vitória espero bué [palavra de origem africana que significa "bastante"] de coisas. Aqui só posso esperar ajuda, só isso. Muita ajuda, muita ajuda.

Espero que tudo dê certo para mim no futuro.

Atlas inédito detalha, cidade por cidade, a imigração deste século para o estado de São Paulo.

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

1) Novas origens: mais de 260 países foram citados por imigrantes que chegaram ao país entre 2000 e 2015

2) Novas mulheres: cresce o número de mulheres que deixam sozinhas seus países, para fugir de estupros ou de violência na família

3) Novas qualificações: imigrantes com diploma universitário são fatia crescente, principalmente entre latino-americanos

4) Nova interiorização: leis facilitam obtenção de documentos de trabalho, e imigrantes não precisam mais ficar presos a trabalhos clandestinos na capital paulista

5) Nova legislação: Brasil aprova lei que facilita entrada de estrangeiros, mas faltam políticas que permitam integração eficiente e produtiva

6) Novas chances: filhos de imigrantes viram ponte entre seus pais e a língua e os costumes do novo país

Fonte: Folha de S. Paulo

Últimas de Mulher

Todas de Mulher
Força 2 MAI 2024

Simone Tebet: Rotas de Integração Sul-Americana vão fortalecer industrial nacional

Veja fotos do 1º de Maio Unitário 2024
Força 2 MAI 2024

Veja fotos do 1º de Maio Unitário 2024

1º de Maio; por João Guilherme
Artigos 2 MAI 2024

1º de Maio; por João Guilherme

1º de maio reforça unidade das centrais sindicais
Força 2 MAI 2024

1º de maio reforça unidade das centrais sindicais

Milhares de trabalhadores participaram do 1º de Maio das centrais em SP
Força 1 MAI 2024

Milhares de trabalhadores participaram do 1º de Maio das centrais em SP

1º de Maio reforça luta por democracia e direitos
Força 1 MAI 2024

1º de Maio reforça luta por democracia e direitos

Desemprego no primeiro trimestre sobe para 7,9%, revela IBGE
Força 30 ABR 2024

Desemprego no primeiro trimestre sobe para 7,9%, revela IBGE

Força 30 ABR 2024

Dia 1º de Maio tem a 25ª Metalfest

Dirigentes das Centrais vão ao palco do 1º de Maio
Força 30 ABR 2024

Dirigentes das Centrais vão ao palco do 1º de Maio

1º de Maio em outros locais
Força 30 ABR 2024

1º de Maio em outros locais

Fortalecimento do movimento sindical é caminho para frear judicialização na Justiça do Trabalho
Força 30 ABR 2024

Fortalecimento do movimento sindical é caminho para frear judicialização na Justiça do Trabalho

Câmara de Vila Velha homenageia diretor do Sindnapi
Força 29 ABR 2024

Câmara de Vila Velha homenageia diretor do Sindnapi

CNJ debate fortalecimento das negociações coletivas
Força 29 ABR 2024

CNJ debate fortalecimento das negociações coletivas

Ato e Canto pela Vida: memória das vítimas de acidentes e doenças no trabalho
Força 29 ABR 2024

Ato e Canto pela Vida: memória das vítimas de acidentes e doenças no trabalho

Domésticas: Informalidade aumentou após pandemia
Imprensa 29 ABR 2024

Domésticas: Informalidade aumentou após pandemia

1º de Maio das Centrais será no Estacionamento do Estádio do Corinthians
Força 29 ABR 2024

1º de Maio das Centrais será no Estacionamento do Estádio do Corinthians

Vídeos 29 ABR 2024

Fortalecimento das negociações coletivas ajuda a diminuir judicialização

Entidades representativas dos aposentados lançam Moção de Apoio às medidas do INSS
Força 26 ABR 2024

Entidades representativas dos aposentados lançam Moção de Apoio às medidas do INSS

Trabalhador pode registrar acidente sem comunicação da empresa
Força 26 ABR 2024

Trabalhador pode registrar acidente sem comunicação da empresa

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical
Imagem do dia 25 ABR 2024

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Coopernapi terá tabela de juros do consignado a partir de 2 de maio
Força 25 ABR 2024

Coopernapi terá tabela de juros do consignado a partir de 2 de maio

Não ao assédio moral
Artigos 25 ABR 2024

Não ao assédio moral

Vida que segue
Artigos 25 ABR 2024

Vida que segue

Sindicalistas cearenses debatem fortalecimento do movimento sindical
Força 25 ABR 2024

Sindicalistas cearenses debatem fortalecimento do movimento sindical

Sindmetana inicia campanha salarial com trabalhadores da Caoa em Anápolis
Força 25 ABR 2024

Sindmetana inicia campanha salarial com trabalhadores da Caoa em Anápolis

Aplicação da NR-12 na saúde e segurança dos trabalhadores em debate
Força 25 ABR 2024

Aplicação da NR-12 na saúde e segurança dos trabalhadores em debate

Sindnapi participa da 16ª edição da Rio Artes
Força 24 ABR 2024

Sindnapi participa da 16ª edição da Rio Artes

Ato e Canto pela Vida, Praça Vladimir Herzog, domingo 28 de Abril, 11h
Força 24 ABR 2024

Ato e Canto pela Vida, Praça Vladimir Herzog, domingo 28 de Abril, 11h

Trabalhadores querem mais atenção ao calendário agrícola
Força 24 ABR 2024

Trabalhadores querem mais atenção ao calendário agrícola

Parabéns Fequimfar pelos 66 anos de lutas e conquistas
Força 24 ABR 2024

Parabéns Fequimfar pelos 66 anos de lutas e conquistas

Aguarde! Carregando mais artigos...