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Paulo Pereira da Silva
Aproveitar o momento para ampliar direitos
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Paulo Pereira da Silva
A crise financeira internacional tem preocupado os trabalhadores do mundo todo porque sabemos que nestas ocasiões os assalariados são os que pagam a maior parte do prejuízo. A recessão e a quebradeira das empresas sempre provocam desemprego em massa, arrocho salarial e queda nos índices de sindicalização.
A história comprova a tese. Em 1929 foi assim e nas crises menores também os empregados arcaram com os custos da recessão. Agora, no início do século XXI, não podemos permitir que o ônus da especulação financeira recaia sobre os ombros dos trabalhadores.
Não somos responsáveis pelo problema. Além disso, o Brasil vai relativamente bem, há crescimento econômico, há emprego e os trabalhadores estão mais resistentes, dispostos a lutar para manter seus direitos.
Há espaço inclusive para conquistar outros benefícios, especialmente a redução de jornada de trabalho para 40 horas sem corte nos salários, distribuição de renda e lutar para que o Congresso aprove as Convenções 151 e 158 da OIT.
É que, ao contrário da fase anterior quando a discussão girava em torno da supressão de direitos, o debate agora está centrado na ampliação de benefícios. O crescimento da economia provocou mudanças nas condições subjetivas e objetivas dos trabalhadores.
As bases não só sentem que precisam de melhores salários e condições de trabalho, como estão conscientes que têm de ir à luta para arrancar mais direitos das empresas. O cenário hoje é favorável à luta das categorias profissionais.
Tanto que várias greves foram deflagradas na campanha salarial do segundo semestre. Mas ainda temos de intensificar a organização e a mobilização e ao mesmo tempo fortalecer os sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais.
Cabe a nós, trabalhadores e sindicalistas, pressionar o Parlamento e as empresas para, por exemplo, instituir as comissões nos locais de trabalho.
O momento é propício para as grandes conquistas. Vamos aproveitar a boa situação econômica do Brasil. Hoje, já aumentamos o nível de sindicalização no país. O índice de trabalhadores filiados está próximo de 20% na comparação com os anos do governo Fernando Henrique Cardoso.