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Paulo Pereira da Silva
Campanha salarial começa a esquentar
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Paulo Pereira da Silva
A campanha salarial deste segundo semestre começou para valer agora em setembro, com a iniciativa dos 11 mil companheiros da Renault, Volkswagen/Audi e da Volvo que cruzaram os braços por 3 dias contra a desfaçatez dos patrões que ofereceram indecentes 0,5% de aumento real para fechar a convenção coletiva.
Junto com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, os companheiros ameaçam agora deflagrar greve por tempo indeterminado. Diante disso, a Volvo resolveu reabrir as negociações, temendo uma parada da produção. O cenário da campanha salarial no Paraná mostra que a luta será árdua e os patrões, como sempre, vão radicalizar, não vão dar nada de graça.
A indústria automobilística não tem do que reclamar. Vem batendo recordes de produção e de vendas. A produtividade da indústria brasileira está nas alturas. Cresceu 3,5% no primeiro semestre deste ano, mantendo o nível verificado nos últimos anos, que é equivalente ao que as nações mais desenvolvidas exibem.
A inflação vem caindo, os preços dos alimentos recuaram, a taxa de desemprego está baixa e o país terá um bom crescimento este ano. O salário mínimo deverá subir para R$ 464,72, um aumento de quase 12% em comparação ao valor atual. Estes indicadores mostram que a economia vai relativamente bem. E, pelo menos por enquanto, os sinais de inflação e recessão foram afastados do cenário brasileiro.
Por isso, estamos convencidos que as nossas reivindicações (aumento real, reposição da inflação, redução da jornada) são justas e oportunas. Mas só vamos conquistá-las se a nossa campanha nacional mantiver a unidade das categorias e se os trabalhadores estiverem dispostos a brigar muito.
Em São Paulo, o processo de mobilização também já começou. Uma passeata comandada pela Federação dos Metalúrgicos levou a pauta de reivindicações para os empresários da Fiesp. Metalúrgicos, químicos, trabalhadores do setor da alimentação, comerciários, serviços, gráficos e pessoal da área têxtil, entre outros, estão dispostos a radicalizar se as negociações falharem.