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Paulo Pereira da Silva
Governo precisa agir rápido para tirar o país da crise
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Paulo Pereira da Silva
Aumentou o pessimismo do povo brasileiro em relação ao emprego, segundo uma pesquisa recente, publicada na Folha de S. Paulo. De acordo com o levantamento, 59% dos entrevistados acreditam que o desemprego vai aumentar nos próximos meses, por conta da crise internacional.
É o maior índice do governo Lula. Na pesquisa de novembro, o percentual chegou a 44%. Este aumento não revela apenas preocupação do brasileiro com os efeitos da crise financeira mundial no mercado de trabalho.
Mostra mais do que isso. É reflexo do descontentamento do trabalhador com a lentidão do governo Lula ao reagir aos problemas provocados pela queda da economia, que ficou evidenciada no tombo do PIB, no último trimestre de 2008, diz o IBGE.
O movimento sindical já se convenceu que o governo tem de fazer mais do que gosta de dizer que já fez pelo trabalhador. O presidente acertou ao reduzir o IPI sobre os automóveis, mas não pode ficar só nisso, pois a crise vem se aprofundando com o passar do tempo.
É o caso do desemprego. Segundo o Dieese, o mercado de emprego formal no país perdeu 650 mil vagas em dezembro do ano passado, o pior resultado em dez anos. Caso não houvesse a crise, ainda assim haveria perda, mas da ordem de 350 mil vagas.
A entidade destaca ainda que de novembro a fevereiro, houve uma queda de 2,3% nos empregos formais, o que corresponde a cerca de 750 mil trabalhadores. Por isso, o governo tem de se mexer e pôr em prática as propostas formuladas pelas centrais sindicais que têm o objetivo de promover o consumo popular e, conseqüentemente, o crescimento econômico.
É preciso, com urgência, reduzir drasticamente a taxa de juros e o spread bancário para estimular os empresários a investir na produção. Barateando o crédito, mais gente vai consumir e mais as empresas vão produzir.
Assim, acreditamos ser possível criar mais empregos formais, mais riqueza e distribuição de renda. Mas não podemos concordar com a propaganda estatal de que a crise não é tão grave. O governo tem de ser rápido na implementação de investimentos para o país voltar a crescer, sob pena de sua popularidade cair a índices baixíssimos.
Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical