Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 ABR 2024

Imagem do dia

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

A graça da revoltação

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Artigos

A graça da revoltação

Por: Muniz Sodré

A imprensa parisiense fez pouco caso de uma manifestação estudantil na Place de la Concorde, na primeira semana de fevereiro, em que os jovens agitavam cartazes com a palavra de ordem Dégages! O alvo era o presidente Sarkozy. A expressão significa ‘cai fora’, ‘sai da frente’, por aí. O mais comum seria a popular foutez l´camp (‘dê o fora’) nos cartazes. Mas era uma maneira de devolver ao presidente francês o insulto por ele lançado ao jovem que se recusou a lhe apertar a mão numa de suas recentes aparições públicas. Destemperado, Sarkozy gritou ao refratário: Dégages, pauvre con! Ou seja, algo como ‘cai fora, babaca’.

Isso, claro, foi largamente explorado pela mídia. Sarkozy herdou algo da grossura dos velhos líderes de direita, paradigma mussoliniano, bem diferente do que agora aco ntece, por exemplo, com Marine Le Pen (filha do dito cujo), que sabe falar à mídia doucement, como agrada aos franceses, sem o estilo paquidérmico do pai. Sarkozy, não: fora o lado Carla Bruni, ele é seco como uma baguette dormida. Era ministro do Interior quando, a propósito de manifestações vigorosas de imigrantes, declarou que era preciso cachériser os subúrbios de Paris. O verbo é grosseiro: significa limpar a sujeira com jatos de água.

Na Concorde, entretanto, além da resposta simbólica dos estudantes, havia uma clara repercussão dos acontecimentos no mundo árabe, que muito vêm mobilizando a mídia e o meio intelectual francês. O que ali se sugeria era, sem mais nem menos, que Sarkozy tivesse o mesmo destino pretendido para Ben Ali (Tunísia), Mubarak (Egito) et caterva, ou seja, ‘cair fora’ do poder.

Invenção linguística de Antonio Conselheiro

Há um toque risível na demanda porque a situação não é a mesma das ditaduras no mundo árabe. Mas no pequeno episódio transparece um fenômeno que tende a crescer em amplitude, em função das novíssimas ferramentas da comunicação, isto é, a internet com suas muitas possibilidades expressivas em rede. O contato imediato entre os indivíduos está, como bem se sabe, levando a sociedade contemporânea a ganhar um novo tipo de autonomia, que tem menos a ver com independência nacional do que com uma espécie de ‘interdependência global’. Trata-se de relações que passam ao largo dos canais tradicionais do Estado, confluindo para o espaço virtual das redes. Em vez de ‘relações internacionais’ – que se dão entre Estados – vale pensar em ‘relações intersociais’, mantidas entre associações e cidadãos comuns, em qualquer escala de distância.

É prudente não se deixar levar longe demais pela euforia cidadã frente aos acontecimentos na Tunísia e no Egito (não se pode subestimar o potencial da reação conservadora, nem dos interesses econômicos e militares em jogo), mas o que ali ocorre não pode deixar de mobilizar uma forma de consciência mundial em jovens e adultos. Se antes um ‘bem’ necessário era público e nacional, agora ele é deve ser mundial.

Talvez nem ‘revolta’, nem ‘revolução’, sejam as denominações justas para esses eventos, devido a suas velhas conotações militares e ideológicas. O que nos leva a pensar numa invenção linguística de Antonio Conselheiro (ele mesmo, o ‘gnóstico bronco’ de Canudos) no manuscrito que deixou: ‘revoltação’. É a indignação forte que se propaga por contágio verbal e conduz a uma ação coletiva, como vem se dando no mundo árabe.

Estado treme nas bases

Essa primeira ‘revoltação’ do mundo globalizado pode ser entendida como um movimento de massa que dispensa organização política, liderança carismática etc. É lícito pensar, no caso egípcio, em organizações como a Irmandade Muçulmana, ou em figuras influentes como Mohamed El-Baradei, o Prêmio Nobel da Paz. Mas nada disso foi decis ivo para o que ocorreu. Eles apenas tomaram carona no ‘bonde’ em movimento, cujo motor é o ‘tsunami’ social, vindo de baixo, inesperado e convulsivo como uma força natural. Se, para as potências mundiais, Hosni Mubarak se afigurava como garantia de paz na região, para as massas ele era tão-só o congelamento das coisas, a ‘placa tectônica’ a ser abalada por uma erupção vital.

Quem quiser dar tratos à bola marxista, poderá ensaiar explicações à luz da luta de classes, o que também é viável. O que será difícil de negar, entretanto, é que essa nova forma de autonomia das massas, por mais flutuante (termo criado pela professora Raquel Paiva para um certo tipo de minoria social) ou efêmera que pareça, tem um eixo comunicacional que não se engata diretamente na arquitetura explicativa do tipo infraestrutura/superestrutura.

Há uma dimensão sócio-comunicacional (propiciada pelas redes) em que se dá um intercâmbio instantâneo entre o local e o global capaz de desestabilizar a excessiva rigidez do social. O Estado e seus aparelhos podem manter o poder repressivo, mas o xis do problema é que, como nenhum poder se garante apenas pela força (a hegemonia consensual é indispensável), os canais tradicionais de consenso estão tremendo nas bases.

Historinha sintomática

Tremor, tsunami e temor: os jovens estão aí, como sempre (maio de 1968 em Paris, Praça Tianmen em Pequim, caras-pintadas em Brasília etc.), transmitindo aos mais velhos a pedagogia da inquietude. A ironia só se dá na escuta, certo, mas pode ser muito pedagógica. É parente do riso que, na visão de Henri Bergson, resulta da crítica afetiva a uma rigidez externa. Por exemplo, a rigidez da mumificação em que parecia ter se convertido a sociedade egípcia por efeito da múmia viva com aspirações a faraó chamada Mubarak.

Daí, a lição irônica e risível dos jovens franceses na Concorde. Sarkozy não é nenhum Obama, para quem ‘o Egito mostra que nós podemos ser definidos por uma humanidade comum’. Também não chega a ser um Mubarak, mas se sair não faz falta – é o que queriam dizer os cartazes de Dégages! O riso é também uma mensagem implícita aos autocratas árabes, aqueles de longa barba: é bom botar as barbas de molho!

Ah, sim, em plena manifestação na Concorde, circulava uma historinha sintomática. Nela, Mubarak se encontra no outro mundo com Sadat e Nasser, longevos no poder antes dele, assassinados. Nasser diz: ‘Morri envenenado’; Sadat: ‘Morri de tiro’; Mubarak: ‘Morri de Facebook…’
Faz todo sentido.

Muniz Sodré, jornalista, sociólogo, professor da UFRJ e ex-diretor da Biblioteca Nacional

Cabeça de bacalhau
João Guilherme Vargas Netto

Cabeça de bacalhau

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio
Jefferson Caproni

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio

Não à desvinculação das aposentadorias
Milton Cavalo

Não à desvinculação das aposentadorias

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul
Gilberto Almazan

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical
Eusébio Pinto Neto

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical

Não ao assédio moral
Paulo Ferrari

Não ao assédio moral

Um inovador primeiro passo
Clemente Ganz Lúcio

Um inovador primeiro passo

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho
Sérgio Luiz Leite, Serginho

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade
Maria Auxiliadora

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade

Uma questão de gênero
Aparecida Evaristo

Uma questão de gênero

Avanços reais
João Passos

Avanços reais

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar
Milton de Araújo

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar

Mensagem a Marinho
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mensagem a Marinho

Apagão de responsabilidade
Nilton Souza da Silva, o Neco

Apagão de responsabilidade

Viva a república
Zoel Garcia Siqueira

Viva a república

Brasília, 22 de Maio: centrais sindicais na luta por mais direitos!
Força 19 MAI 2024

Brasília, 22 de Maio: centrais sindicais na luta por mais direitos!

Justiça do Rio condena posto de combustíveis a pagar aos funcionários as perdas de planos econômicos
Força 17 MAI 2024

Justiça do Rio condena posto de combustíveis a pagar aos funcionários as perdas de planos econômicos

Pirelli: metalúrgicos aprovam acordo com PLR de R$ 20 mil
Força 17 MAI 2024

Pirelli: metalúrgicos aprovam acordo com PLR de R$ 20 mil

Metalúrgicos da Renault/Horse dão 72hs para retomar negociações
Força 17 MAI 2024

Metalúrgicos da Renault/Horse dão 72hs para retomar negociações

Movimento sindical leva propostas de ajuda ao RS no Conselhão
Força 17 MAI 2024

Movimento sindical leva propostas de ajuda ao RS no Conselhão

Sintraf Petrolina celebra aniversário de dez anos com grande evento, nesta sexta (17)
Força 17 MAI 2024

Sintraf Petrolina celebra aniversário de dez anos com grande evento, nesta sexta (17)

SinSaúdeSP realiza homenagem aos “heróis da saúde”
Força 16 MAI 2024

SinSaúdeSP realiza homenagem aos “heróis da saúde”

Sindieventos Bahia participa de debate sobre trabalho na cultura
Força 16 MAI 2024

Sindieventos Bahia participa de debate sobre trabalho na cultura

SINPOSPETRO-RJ oferece tratamento ambulatorial de qualidade aos associados
Força 16 MAI 2024

SINPOSPETRO-RJ oferece tratamento ambulatorial de qualidade aos associados

Cabeça de bacalhau
Artigos 16 MAI 2024

Cabeça de bacalhau

Metalúrgicos da Ferrolene aprovam ação solidária ao povo do RS
Força 16 MAI 2024

Metalúrgicos da Ferrolene aprovam ação solidária ao povo do RS

Ferrolene: trabalhadores e empresa unidos em solidariedade ao povo do RS
Força 16 MAI 2024

Ferrolene: trabalhadores e empresa unidos em solidariedade ao povo do RS

Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Força Sindical enviam água para o RS
Força 15 MAI 2024

Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Força Sindical enviam água para o RS

Sindnapi auxilia idosos desabrigados no RS
Força 15 MAI 2024

Sindnapi auxilia idosos desabrigados no RS

Sindnapi ouve pré-candidatos a vereadores e prefeito
Força 15 MAI 2024

Sindnapi ouve pré-candidatos a vereadores e prefeito

Apoio à greve dos trabalhadores da Renault\Horse
Força 15 MAI 2024

Apoio à greve dos trabalhadores da Renault\Horse

Calamidade no RS: sindicalismo solidário!
Força 15 MAI 2024

Calamidade no RS: sindicalismo solidário!

Sindicalistas e Marinho debatem ações para ajudar o RS
Força 15 MAI 2024

Sindicalistas e Marinho debatem ações para ajudar o RS

Direto de Brasília!
Força 15 MAI 2024

Direto de Brasília!

Metalúrgicos da Ferrolene fazem ato nesta quarta (15)
Força 15 MAI 2024

Metalúrgicos da Ferrolene fazem ato nesta quarta (15)

Calamidade no RS: veja propostas das centrais sindicais entregues ao Ministro Marinho
Força 15 MAI 2024

Calamidade no RS: veja propostas das centrais sindicais entregues ao Ministro Marinho

Sindicalistas se reúnem com Senador Alcolumbre
Força 15 MAI 2024

Sindicalistas se reúnem com Senador Alcolumbre

Tabela de salários do município do RJ é distribuída nos postos
Força 15 MAI 2024

Tabela de salários do município do RJ é distribuída nos postos

Porto de Santos e região poderão ter mais auditores fiscais do trabalho
Força 14 MAI 2024

Porto de Santos e região poderão ter mais auditores fiscais do trabalho

Novas delegadas de fábrica do SMC são empossadas
Força 14 MAI 2024

Novas delegadas de fábrica do SMC são empossadas

Sindicalistas debatem fortalecimento sindical com liderança do PSD
Força 14 MAI 2024

Sindicalistas debatem fortalecimento sindical com liderança do PSD

Ônibus vazio no 6º dia de greve na Renault
Força 14 MAI 2024

Ônibus vazio no 6º dia de greve na Renault

Refeições Coletivas SP se mobiliza para ajudar população do RS
Força 14 MAI 2024

Refeições Coletivas SP se mobiliza para ajudar população do RS

Trabalhadores da Construção Civil SP conquistam aumento real
Força 14 MAI 2024

Trabalhadores da Construção Civil SP conquistam aumento real

MTE é parceiro estratégico do Pacto Global da ONU – Rede Brasil
Imprensa 14 MAI 2024

MTE é parceiro estratégico do Pacto Global da ONU – Rede Brasil

Aguarde! Carregando mais artigos...