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A precarização do emprego e dos salários
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
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A precarização do emprego e dos salários é uma realidade no mundo capitalista. Não atinge somente o Brasil, mas a todos os países capitalistas. O tema do Trabalho Decente implica em discutir o tema da precarização do emprego e dos salários na sociedade brasileira, caracterizada por uma longa história de desigualdade salarial e precariedade do emprego, salários e condições de trabalho.
Vivemos em um dos países capitalistas mais desiguais do mundo. O que significa que neste Estado tão rico – a 8ª. economia do planeta – a riqueza produzida pela maioria da classe trabalhadora é mal distribuída socialmente. Mesmo apresentando uma grande concentração de riqueza, no Brasil cerca de 70% dos brasileiros ganham de 1 a 3 salários mínimos.
Além disso, a precarização da remuneração salarial é acompanhada por uma alta taxa de rotatividade de trabalho. É muito fácil contratar e demitir trabalhadores no Brasil. Mesmo o Governo se vangloriado por ter aberto milhões de postos de trabalho nos últimos anos, a taxa de rotatividade da mão-de-obra continua bastante elevada neste País, seja na indústria, seja nos serviços. A maioria dos empregos gerados é de baixa qualidade, o que significa empregos de baixa renumeração e muitos deles de caráter precário.
Por isso, a grande luta dos trabalhadores hoje é, primeiro, por uma política econômica que signifique maior crescimento da economia e, depois, preservação e ampliação dos direitos sociais dos trabalhadores com mais empregos de qualidade, melhores salários e condições de trabalho, o que significa, inclusive, redução da jornada de trabalho capaz de garantir melhor qualidade de vida para os trabalhadores e suas famílias.
Entretanto, esta luta contra a precariedade salarial passa pelo fortalecimento dos sindicatos e melhor organização, e consciência de classe das categorias assalariadas. Trabalhador tem que pensar como trabalhador consciente de seus interesses de classe. Os direitos dos trabalhadores são garantidos com luta e capacidade de negociação coletiva.
A precarização dos empregos e salários no mundo globalizado origina-se das políticas de economias capitalistas que não priorizaram o crescimento, mas sim os rendimentos financeiros dos investidores nacionais e estrangeiros. Além disso, a fragilização dos sindicatos e do seu poder de ‘barganha’ contribuiu para a ofensiva do capital contra os empregos e salários. Por isso, a reversão das tendências perversas da globalização do capital significa mudar a política econômica e fortalecer entidades e centrais sindicais na sua luta pela garantia dos direitos dos trabalhadores. Trata-se de um processo político que exige de cada sindicato, trabalhador e trabalhadora a consciência de classe.
Sindicatos devem investir mais em formação, pois assim podem entender a dinâmica econômica e social do capitalismo e intervir para garantir direitos sociais de trabalhadores e trabalhadoras com luta e negociação coletiva. Este é o desafio do nosso tempo histórico e da nossa sociedade, rumo a uma sociedade emancipada.
Rosângela Aparecida Rodrigues é diretora presidente do SEAAC de Marília e Região