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A queda do muro lá e o progresso aqui
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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Eu confesso que não estava em Berlim no dia 9 de novembro 1989 quando o muro foi derrubado. Estava preocupado, aqui no Brasil, com o primeiro turno das primeiras eleições presidenciais diretas após a ditadura militar e a Nova República que aconteceriam menos de uma semana depois, em 15 de novembro. Nele, alcançou o primeiro lugar, concorrendo com outros 24 candidatos, Fernando Collor. No segundo turno, 15 de dezembro, ele derrotou Lula depois de dois debates na televisão e do depoimento comprado de uma ex-namorada de Lula.
Como as histórias têm ritmos e conseqüências diferentes! Se compararmos os dois fatos (a queda e a eleição) ficamos impressionados com a diferença de magnitude de um e de outro e pela velocidade posterior dos fatos encadeados. No ‘mundo livre’ outros muros se ergueram e o presidente Collor caiu.
Lula é hoje o presidente de popularidade indiscutível que os analistas desorientados ou de oposição acusam de praticar um ‘populismo autoritário’ ou um ‘autoritarismo populista’ (não sei bem ao certo), de encarnar um super presidencialismo individualista ou de não poder conseguir – no futuro – garantir a manutenção de seu modelo de crescimento e de política (já que respeitou a Constituição e não ‘brincou’ de terceiro mandato).
A História passa e é construída por coincidências e acasos. Uma coisa é certa: para nós brasileiros, hoje, um momento ímpar da História se desenrola. Não sei na Alemanha, com a direita vitoriosa e no comando.
Eu que não participei da derrubada do muro e nem pensava assistir a esse acontecimento tenho visto acontecer no Brasil algo também impensável (ainda que desejável): a distribuição de renda e, nos moldes capitalistas (os únicos válidos, por enquanto), o progresso material de milhões de brasileiros.
Não sei na Europa depois da queda do muro, mas aqui no Brasil estamos indo na direção correta. A torcida do Flamengo e o mundo inteiro o reconhecem.
João Guilherme, Assessor Sindical