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Angola um País em reconstrução
domingo, 1 de agosto de 2010
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Os angolanos reconstroem seu país e suas vidas.
Nos dias 15, 16 e 17 de julho participei em Luanda, do 5º Congresso da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa, véspera da realização da Oitava Cimeira (encontros) dos Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O Congresso foi excelente, com debate sobre avanços que os trabalhadores poderão ter em várias frentes para desfrutarem de uma vida melhor.
Sei que os debates sobre o movimento sindical e conquistas para os trabalhadores são importantíssimos e discutimos muito estes assuntos. No entanto, resolvi dar outro enfoque a este artigo falando especificamente sobre o local do 5º Congresso: Luanda, Angola.
Em Angola tudo está em reconstrução: o país, suas leis e a vida das pessoas, que sofreram intensamente nas últimas três décadas. Aqueles que viveram a época da ditadura no Brasil se lembram como é terrível viver sob perseguição, sem poder fazer reuniões, sem ter liberdade de imprensa e não poder ler os livros que desejar. Imaginem as pessoas que viveram a crueldade de uma guerra, que perderam seus empregos e seus familiares.
Como o Brasil, Angola é ex-colônia de Portugal, que conquistou a independência em 1975. Mas, na época, os três movimentos de libertação (MPLA) Movimento Popular de Libertação de Angola; (FNLA) Frente Nacional de Libertação de Angola e, (Unita) União Nacional para Independência Total de Angola começaram a lutar entre si pelo controle do país.
Visitar Angola é ver o resultado cruel da guerra. Por exemplo, em Luanda existem máquinas e construções para todos os lados. No campo, os especialistas procuram minas para desativá-las e para poder plantar. As pessoas trabalham, estudam, enfim, procuram refazer suas vidas.
O país tem pressa em se reerguer e as pessoas tem pressa de progredirem, se qualificarem, arrumarem empregos, casarem e serem felizes, ou seja, ter as coisas básicas normalizadas, o que é uma atitude natural já que foram 30 anos de guerra com estimativa de 500 mil mortos.
Alguns podem pensar que o que escrevi acima nada tem a ver com as questões dos trabalhadores, mas se enganam porque tudo tem a ver. A reconstrução do país é feita por empresas estrangeiras, inclusive grandes construtoras brasileiras que empregam brasileiros lá. A alimentação é caríssima e falta qualificação para os trabalhadores locais, além de muita exploração do trabalho infantil.
Valclécia Trindade,
2ª Secretária-geral da Força Sindical