Estamos vivendo um ano especial no qual presenciamos uma das mais importantes fases da história deste país. O Brasil ganhou visibilidade internacional, possui um governo que soube administrar a crise e atravessá-la com louvor, uma política que procura atender aos anseios da classe trabalhadora, do pobre, das minorias. Temos instituições sólidas e um judiciário atuante. A classe trabalhadora têm conquistado espaço e, com a ajuda de sindicatos atuantes e combatentes, avançado paulatinamente em suas conquistas.
Mas quando se trata de jovens trabalhadores, aqueles que acabam de ingressar no mercado de trabalho, a pergunta que não quer calar é: Isso é tudo? Claro que não! Precisamos de muito mais, precisamos avançar nas políticas sociais, precisamos conquistar mais direitos, precisamos nos fortalecer a cada dia. Precisamos levar as conquistas de grandes centros aos locais mais distantes, às cidades afastadas. Em qualquer lugar em que houver um trabalhador. E isso faz parte de um processo sinérgico, sem o qual nossa força se esvazia.
O momento histórico que vivemos nos apresenta esse novo desafio. Hoje, sindicalistas maduros e experientes, que abriram o caminho na fase negra deste país para que pudéssemos estar aqui, são nossos referenciais e nossas linhas de conduta. Esses companheiros combativos, deram a base para que hoje levantemos a bandeira da construção de uma base interligada. De um movimento sindical sem fronteiras, que caminhe de braços dados, respeitando os espaços de cada um, mas com a força e a sabedoria da união em torno da classe trabalhadora.
Em nossa categoria o jovem sabe o quanto a carreira é importante, mas sabe, também, as dificuldades que se enfrenta para conquistar espaço no mercado de trabalho, para ter seus direitos respeitados. Está ciente e preocupado sobre as exigências – cada vez maiores – por formação, por exemplo. É com um olhar para o futuro que esse jovem precisa estar presente na luta em defesa daquilo que já conquistamos, para que possamos alcançar novos tempos e conquistas com uma classe trabalhadora alinhada à mão de obra do primeiro mundo, uma vez que será mais capacitada no futuro próximo.
Não é possível que as empresas cresçam tanto, ganhem mais, se fortaleçam e não transfiram aos trabalhadores o que lhes é de direito devido ao empenho por essas conquistas. Nossos jovens companheiros não podem esperar, precisam levantar agora a bandeira em defesa dos direitos do trabalhador para que amanhã, não se dê passos retrocedendo sobre nossas conquistas. É preciso estar atento e cobrar que o mundo empresarial seja administrado com uma visão social mais atuante, que leis sejam criadas para defender tais direitos, que o empresário olhe para o trabalhador como parceiro e não como peça substituível de uma engrenagem que se desgasta.
Esse trabalhador empurrou a economia para a frente, construiu a saúde das empresas, consumiu seus produtos, fez girar a roda do crescimento e merece respeito. Se algumas vezes essa roda não se movimentou, não foi por culpa da classe trabalhadora, sempre disposta e pronta para o trabalho. Estamos vivendo um momento singular. E esse momento é um reflexo de todas as batalhas enfrentadas por companheiros sindicalistas que, no passado recente, enfrentaram de tudo pelos nossos direitos. E enfrentam até hoje em batalhas, muitas vezes injustas, que correm pelo Brasil.
Os jovens de hoje terão a idade dos pais amanhã, não podem esperar até lá para se envolver na luta em várias frentes, como exemplo cito os direitos dos aposentados. É preciso dar força aos companheiros de outros segmentos e, nessa sinergia, encontrar o equilíbrio de uma vida digna, de um caminhar seguro, preparando uma terceira idade verdadeiramente respeitada. Se não abrirmos os olhos para isso enquanto jovens, talvez amanhã não tenhamos a mesma força que esses companheiros apresentam na luta por direitos que um dia haverão de ser nossos. Essa é a sinergia de resultados, se for preciso levantar nossas bandeiras em caminhadas de outras categorias, iremos levantá-las. Devemos mostrar que estamos unidos e que fazemos parte de uma só classe, íntegra, honesta e sempre disposta, a classe trabalhadora brasileira.
Ataíde de Morais Júnior
Presidente do SINDIFAST – Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Refeições Rápidas (Fast Food) de São Paulo