É natural na democracia que setores sociais organizados procurem eleger seus representantes, especialmente nas Assembleias Legislativas e Câmara Federal. Por exemplo: indústria, comércio, agronegócio, igrejas e o sindicalismo também.
Neste ano, constato um número grande de dirigentes que concorrem às Assembleias ou à Câmara. São bancários, metalúrgicos, comerciários, professores, frentistas e outros profissionais.
Quero comentar aqui as candidaturas sindicais, que representam um esforço de ampliar a presença trabalhadora no Poder Legislativo. Trata-se de uma necessidade.
Porém, entre a vontade de conseguir a vaga parlamentar e chegar lá, existe uma grande distância. A primeira distância é econômica, pois o sindicalista terá de enfrentar candidatos ricos, experientes e com muita estrutura.
Portanto, penso que precisamos criar condições pra que a disputa não seja tão desigual. A primeira providência é organizar a campanha, dispor de uma estrutura básica, montar uma equipe ativa e, claro, gastar sola de sapato nas visitas a locais de trabalho, associações, igrejas, Sindicatos e a outros locais onde esteja o eleitor simpático à causa trabalhista.
Sugiro que nossos candidatos, independentemente da categoria a que pertençam, uniformizem as suas plataformas. Por exemplo: definir cinco pontos iguais pra todos, como: Aumento real para o salário mínimo; Atualização das faixas do imposto de renda para reduzir os descontos sobre os salários; Revisão da reforma trabalhista, que prejudica demais os trabalhadores; Defesa da democracia; Geração de empregos.
A ideia é dar um padrão de conteúdo às campanhas sindicais e populares. A ideia é uniformizar os discursos dos candidatos. A ideia é fazer com que as propostas das candidaturas sindicais sejam facilmente compreendidas e apoiadas pelas categorias profissionais e outros setores populares.
Entendo, também, que pra colocar em prática essas ideias será preciso formar um comando, um comitê ou um GT, que centralize ações, coordene atos e ajude as campanhas a crescer junto à base social e ao eleitorado.
Isso tudo potencializa as chances das candidaturas sindicais. Eleger-se é a meta, claro. Mas não menos importante será marcar as campanhas com uma pauta sindical, que depois será encaminhada e debatida pelo conjunto de parlamentares eleitos, durante seus mandatos.
Tem um ensinamento na política segundo o qual o candidato deve sair da campanha mais forte do que entrou. Se ele se eleger, ótimo. Caso não, é importante que consiga marcar seu nome e suas propostas.
Coloco essas propostas à disposição dos candidatos do setor sindical. Se eu puder ajudar de alguma forma em suas campanhas, contem comigo.
Eusébio Luis Pinto Neto é Presidente da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro, e do Sindicato da categoria do Rio de Janeiro