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Contexto de crise exige cuidado redobrado com a saúde dos trabalhadores
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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O dia 28 de abril deste ano será marcado pela conjuntura que vivemos, pelas incertezas quanto aos rumos da economia, devido a crise que atravessamos. Neste contexto, é preciso estar atento às intenções de flexibilizar direitos dos trabalhadores, ao nível de emprego e renda e também à saúde do trabalhador, entre outros pontos importantes.
Pela experiência de outras crises, pelo contato com estudos de pesquisadores e com os trabalhadores, sabemos que nesses contextos tendem a aumentar e a se agravar os casos de doenças e de acidentes de trabalho. Entre as doenças, aquelas relacionadas com a saúde mental ganham destaque, já que a pressão por produtividade exercida pelas empresas para recompor sua lucratividade, tende a aumentar o estresse, a preocupação do trabalhador em dar conta do seu serviço, o que pode desestabilizá-lo de alguma forma e repercutir sobre a saúde mental e física desse trabalhador.
Num ambiente desses, podem crescer, por exemplo, os casos de assédio moral, em que o trabalhador vê-se obrigado a produzir mais e melhor, em meio aos cortes de pessoal, que retiram companheiros de trabalho e evidenciam o fantasma do desemprego.
Por isso, especialmente neste contexto de crise, é fundamental o movimento sindical fortalecer sua ação de cobrança para que as instituições encarregadas de cuidar da saúde do trabalhador cumpram o seu papel preventivo: empresas com políticas de prevenção de doenças e acidentes de trabalho; Ministério do Trabalho, por meio da fiscalização; Previdência Social, com as ações regressivas; órgãos de Saúde, como o SUS (Sistema Únicos de Saúde), Vigilância Sanitária, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests), agindo pela prevenção.
Cabe ao movimento sindical também fortalecer as Cipas (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes) e outras formas de organização no local de trabalho e ações que foquem a informação do trabalhador e a luta por melhorias nas condições de saúde e segurança. É assim que vamos superar este momento e estar preparados para avançar sempre.
Gilberto Almazan, é diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, membro do departamento de saúde da entidade e diretor do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho)