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Crise não se combate com desemprego e recessão
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
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O segundo semestre já começou e a luta do movimento sindical irá continuar com toda a força nos próximos períodos. Sabemos que muito do que está acontecendo na economia é resultado direto de toda essa intempérie que estamos vivenciando na administração pública, em que se pese também o agravante quadro político e social, junto à ingerência dos representantes máximos do capital explorador e especulativo.
Este ano não nos foi possibilitado parar um segundo se quer. E ao relacionar nossas ações e atividades no campo político, social e econômico, reiteramos nossos esforços, frente às mobilizações contínuas da categoria química, na luta em defesa do emprego, e de direitos mínimos, que foram duramente conquistados ao logo dos anos.
A todo o momento fomos, e ainda somos colocados à prova, visto o poder emanado daqueles que, movidos somente pela ganância mercantilista, tentam a todo custo deter os nossos avanços, ora constatados, por conquistas sociais e trabalhistas, provenientes de um movimento sindical sério e combativo, que nos últimos anos, visto as negociações positivas constatadas nas Campanhas Salariais da grande maioria das categorias profissionais, possibilitou significativos reajustes salariais, acompanhados de reposição inflacionária e aumentos reais, num processo amplo e participativo, que possibilitou o aumento do poder de compra dos trabalhadores, contribuindo diretamente para o resgate da linha da pobreza de uma parcela considerável da sociedade brasileira.
Alguns especialistas alegam que a recessão que estamos vivendo é consequência principal do processo de valorização da mão de obra e dos ganhos dos trabalhadores. Dizem que o país não conta mais com “mão de obra barata” e, além disso, não têm vergonha de declarar, que somente com o desemprego e juros altos, é que a inflação irá se erradicar. É duro ter que constatar que esses porta-vozes de uma tragédia anunciada estão sendo contemplados, tendo visto a adoção e imposição de políticas recessivas pelo próprio governo federal que, junto com a imposição de MPs injustas e contraditórias como as 664 e 665, tentam a todo custo retirar direitos, e permeiam incisivamente pelo caos social.
Tudo isso coloca em risco os avanços conquistados no passado, e sendo assim, reafirmamos que não esperávamos medidas recessivas, como as que foram tomadas pelo governo atual. Isso também é contraditório, pois nossa expectativa era de que fosse observada uma maior participação dos representantes da classe trabalhadora, no planejamento e ratificação de políticas públicas, num contexto tripartite, com contrapartidas para o crescimento, e de incentivo ao desenvolvimento das cadeias produtivas, com o aumento do poder de compra da população, combate a desindustrialização e reformas de ordem política e tributária. Mesmo ao considerarmos os estímulos que o governo proporcionou a setores empresariais, lembramos que os mesmos não contaram com a participação do movimento sindical e nem contrapartidas para a classe trabalhadora.
A economia teimou em recuar, saindo de uma taxa de crescimento médio, desde a crise de 2008, de 2,8% para uma recessão prevista de pelo menos 1,7% neste ano. E hoje temos que assimilar ajustes e medidas arbitrárias, que não condizem com uma reforma ampla e participativa, a salvo a implantação de algumas exceções, com o PPE (Plano de proteção ao Emprego) que, apesar de seu pequeno alcance, levou em consideração uma série de propostas, realizadas em conjunto entre o governo, trabalhadores e empresários.
Mas muito do que estamos assistindo nos remete a erros verificados no passado. É por isso que precisamos dar um basta a essa malfadada política de juros e a flexibilização de direitos trabalhistas! O Brasil tem urgência de que sejam adotadas medidas participativas que possam elevar a produtividade econômica, erradicar a desindustrialização e combater o desemprego. O movimento sindical nunca se refutou em discutir e dar as suas próprias propostas em contribuição para uma melhor administração dos gastos governamentais, pela efetivação de uma infraestrutura mais adequada à cadeia produtiva como um todo, na regulamentação das taxas tributárias e na guerra fiscal entre os estados, no incentivo à educação, na valorização de empregos e salários, e na formação de trabalhadores mais qualificados.
A FEQUIMFAR, em conjunto com os seus Sindicatos filiados, na pessoa de seus dirigentes, e com o apoio da Força Sindical, continua atenta e forte, na defesa de todos esses princípios e, em continuidade às todas as nossas bandeiras de luta, como o fim do fator previdenciário, pela regulamentação da terceirização e por mais respeito à política de valorização do salário mínimo, entre outras.
Os Químicos da Força continuarão presentes e atuantes em todas as frentes de luta, nas ruas, nas fábricas, junto ao governo e autoridades, e Congresso Nacional, fiscalizando e monitorando todo esse processo de transição, sempre em defesa do crescimento e pelo desenvolvimento. Estamos unidos contra a recessão e pela valorização do trabalho e da indústria, pois, não vai ser com demissões e barateamento de mão de obra que vamos conseguir sair dessa crise.
Esperamos que o governo e a oposição façam um pacto pelo Brasil e não apostem no “Quanto pior: melhor”. Vamos a Luta e Resistir!
Sergio Luiz Leite,presidente da FEQUIMFAR e 1º secretário da Força Sindical