Nem todo diretor sindical é um dirigente sindical, porque lhe falta deste a atitude, o compromisso, a influência e a liderança.
Em um grande número de entidades sindicais as diretorias não passam de um amontoado de participantes que, garantidos pela Constituição e pelas legislações, exercem um mandato meramente cartorial ou homologatório de vontade patronal.
São diretores de entidades com estatutos e regimentos esdrúxulos que não fazem valer seu mandato em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras que fingem representar; muitas destas entidades nem mesmo realizam campanhas salariais ou negociam com os empregadores para efetivar acordos ou convenções coletivas.
Mas, na maioria das entidades sindicais encontramos verdadeiros dirigentes que, juntamente aos outros diretores e aos auxiliares contratados, perfazem as iniciativas que valorizam a ação sindical.
E os diretores, nestes casos, auxiliados pelos dirigentes, complementam sua formação e ascendem à categoria dirigente; são provados e aprovados.
Por outro lado, nas entidades mais estruturadas, os auxiliares mesmo sem mandato são essenciais para o cumprimento dos deveres sindicais: advogados, contadores, funcionários, secretárias, economistas, jornalistas e assessores para a ação sindical nas bases, têm papel relevante na pertinência e no êxito da ação sindical; são verdadeiros quase-dirigentes em suas atribuições.
A vida e a ação sindicais são reais em seus protagonistas, com exceção daqueles que, sob o nome de “diretores”, deslustram a ambas.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical