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Empregos ameaçados
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
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Desde o primeiro escândalo da JBS em março desse ano já sentíamos que tempos difíceis para os trabalhadores nas indústrias da alimentação viriam a galope. E não foi diferente, em menos de dois meses mais um estardalhaço, o maior escândalo de corrupção do país, que fará com que a empresa retorne aos cofres públicos R$ 8 bilhões apurados em cinco operações, além da Carne Fraca, a companhia foi afetada pelas investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelas delações de Joesley.
Eu quero deixar claro que acredito que os envolvidos devem ser penalizados e que paguem pelo erro que cometeram, mas é preciso pensar na forma de cobrar essa dívida.
Ao penhorar as empresas da JBS, mais de 120 mil trabalhadores no Brasil sofrerão juntos essas consequências. Santa Catarina só perde para São Paulo, e soma 19 mil trabalhadores da empresa.
Mas não é só isso, em muitas cidades a principal empregadora é a JBS, que também gera empregos indiretos. A empresa gera cerca de 400 mil empregados numa cadeia produtiva entre criadores de aves, suínos e gado.
Porque a justiça não confisca os bens pessoais dos Batista, ao invés de bloquear e penhorar as fábricas?
Com o bloqueio de R$ 730 milhões, trabalhadores são prejudicados e correm o risco de serem demitidos. Em princípio serão 30 mil trabalhadores dispensados e o efeito dominó não acaba aqui.
Se a economia hoje é puxada pela Indústria da Alimentação, qual o interesse em acabar com uma empresa que gera 120 mil empregos diretos e 400 mil indiretos?
Não é justo os trabalhadores tenham que pagar com seus empregos uma dívida que não é deles. É preciso que o judiciário tenha consciência que ao confiscar empresas, junto com elas sobrevivem pais e mães, famílias inteiras que se dedicam na agroindústria, ou o comércio de cidades que sobrevivem graças a JBS.
Punir os responsáveis sim, mas não os trabalhadores!
Osvaldo Mafra
Presidente da Força Sindical SC