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Falando sobre o Sistema Único de Saúde
terça-feira, 5 de julho de 2016
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Quando surgiu o SUS, foi motivo de júbilo para todas as pessoas que necessitavam de um atendimento na área de saúde e para aquelas que, solidariamente, entendem que a saúde é o bem maior e um direito de todos e um dever do Estado.
Com o passar dos anos, o SUS foi se consolidando e passou, inclusive, a ser referência internacional.
E nós o elogiamos. Os programas como o Farmácia Popular, que oferece remédios de graça para quem tem problemas de diabetes, pressão alta, asma, entre outros; a liberação dos remédios de alto custo; o programa de vacinação; o programa de saúde da família. Outros merecem aprimoramento, é fato. Mas não merecem acabar, tal a importância deles.
Mas, a esperança de que o SUS seja inclusivo, de abrangência universal, pode morrer, se não houver um bom planejamento de ações, um rígido controle de gastos, e um acompanhamento constante por parte da população em geral com relação ao seu papel primordial.
E o que nos preocupa? A situação político-econômica pela qual estamos passando.
Corte de gastos para o Ministério da Saúde põe em risco todo um projeto que tem tudo para dar certo. Concordamos com o controle de gastos, o que não quer dizer concordância com corte de investimentos no SUS.
Não dá para que aceitemos retrocesso nessa área. Pelo contrário, o que queremos é avanço. É ter uma população democraticamente atendida com dignidade; sem filas de esperas angustiantes e que, em muitos casos, não socorrem a tempo, quem precisa passar por especialistas. Ou por cirurgias.
Não queremos ver, nos olhos de doentes e de seus familiares, o desespero e a dor de quem sabe que se tivessem melhores condições financeiras, não passariam pelo sofrimento que a pobreza causa.
Não queremos saber, por meio da imprensa ou por vivenciarmos no dia a dia, que os remédios já não são gratuitos, para quem precisa deles para manter seus níveis de saúde. Que as epidemias estão matando pessoas de faixas etárias diferentes por descaso na Saúde Pública.
Não, não queremos isso!
Queremos que nossos dirigentes, independentemente de partido político, cumpram o que está na Constituição.
Que se olhe para o SUS , não como algo que representa gastos, mas como algo, que, se bem gerenciado, promove a saúde.
Prevenindo as doenças por meio das vacinas; agilizando o agendamento das consultas; dotando os postos de saúde e hospitais com aparelhos adequados e com corpo técnico-administrativo em quantidade suficiente e devidamente capacitado.
Enfim, sabemos que mantendo os programas existentes, corrigindo o que não deu certo e ampliando o leque de ações, as doenças crônicas serão evitadas e as mortes prematuras e evitáveis não ocorrerão.
Falando como representante de trabalhadores e trabalhadoras, falando como membro do Conselho Nacional de Saúde e, sobretudo como cidadão, registro a minha apreensão com relação ao possível retrocesso do SUS pelas inúmeras possibilidades existentes se não houver um adequado planejamento de gestão.
Acreditamos na sensibilidade daqueles que podem evitar isso. Porque devem saber que o direito à Saúde é prioridade. E sendo dever do Estado, deve ser cumprido.
Por isso, queremos o SUS nos moldes em que foi pensado. Universal, não exclusivo, eficiente e eficaz.
Um Sistema Único de Saúde que continue sendo referência e que contemple os anseios de todos nós! E isso é plenamente possível!
Saudações Sindicais!
João Donizete Scaboli,
Diretor do Departamento de Saúde do Trabalhador da FEQUIMFAR,
Diretor adjunto da Secretaria Nacional e Segurança e Saúde do Trabalhador da Força Sindical,
Representante da Força Sindical e FEQUIMFAR e Conselheiro do Conselho Nacional de Saúde e
Representante da Força Sindical e FEQUIMFAR no Conselho Curador da FUNDACENTRO