O Brasil virou alvo ao assumir a presidência do Brics em janeiro deste ano. A desculpa de Trump para tratar o país como um dos principais inimigos dos EUA foi a decisão da justiça brasileira de indiciar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de estado. Entretanto, qual é a relevância de Bolsonaro no contexto mundial?
A proposição de estabelecer uma moeda comum destinada a ser empregada em transações comerciais entre as nações do Brics compromete a hegemonia do dólar americano e potencializa as economias de países como Brasil, China, Rússia e Índia. O bloco representa 40% da população do planeta e exerce controle sobre mercados relevantes de commodities, abrangendo aproximadamente 40% da produção mundial de petróleo. As economias do Brics estão entre as que mais crescem no mundo.
Devolver a carta-bomba foi uma atitude firme do presidente Lula. O Brasil não é dependente dos Estados Unidos. De todas as nossas exportações, 13% são destinadas aos Estados Unidos, enquanto importamos apenas 12% de produtos americanos.
O tiro do lunático platinado saiu pela culatra. No cenário global, Trump, mais uma vez, fica desacreditado, enquanto a direita bolsonarista sai desgastada. O governo brasileiro deve reagir com firmeza, aplicando a Lei da Reciprocidade, aprovada recentemente no Congresso.
Agora, mais do que em qualquer outra ocasião, a população brasileira precisa se manifestar nas ruas em defesa da soberania nacional e contra o imperialismo americano. Certo de que chumbo trocado não dói, as retaliações ao Brasil vão aproximar ainda mais o grupo do Brics e trazer prejuízos incalculáveis para os americanos.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Fenepospetro