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Governo não provou que há déficit na Previdência
quarta-feira, 26 de abril de 2017
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O principal argumento do governo no sentido de executar a “reforma” da Previdência é que existe um déficit nas contas e, por isso, os cortes são necessários para assegurar a sustentabilidade do sistema. Mas, a verdade, é que o rombo financeiro propagado nunca foi demonstrado contabilmente.
Os representantes governamentais, diariamente, apresentam nas mídias cifras astronômicas de um suposto prejuízo anual na Previdência, no entanto, nunca provaram, nunca apresentaram uma planilha, e, entre outros pontos, nunca falaram ao povo, que a Previdência possui sete fontes de receitas.
No sentido inverso, pesquisadores e entidades, com base em dados, apresentam uma equação diferente, onde não existe déficit nos cofres da Previdência, fato que põe abaixo a tese do governo de que é preciso reformar para o sistema não acabar.
O Sindicato Nacional dos Aposentados já entrou com ação no Supremo Tribunal Federal e denunciou o governo no Tribunal de Contas da União para que seja provado o prejuízo na Previdência. E até agora não obteve respostas.
Além da ausência de provas contáveis do déficit, outro ponto contraditório do governo para justificar a “reforma” da Previdência é a existência da DRU, que é a Desvinculação das Receitas da União, ou, na prática, um mecanismo jurídico para transferir dinheiro da seguridade social a outras pastas governamentais.
Diante da retirada de dinheiro do governo via DRU, a inevitável, e lógica, pergunta é: se o governo alega que Previdência está com as contas “no vermelho”, como, então, explicar a retirada de até 30% em verbas de um setor que, segundo eles mesmos afirmam, possui um rombo? Não faz sentido, estabelecendo-se, assim, uma grande contradição.
Em meio aos números e fórmulas fomentados pelo governo, que circulam sem lastro com a realidade, segue em ritmo acelerado a “reforma” da Previdência no Congresso Nacional e as suas consequências serão avassaladoras às futuras gerações.
Quando se amplia a análise da “reforma” da Previdência, interligando-a com a terceirização e a “reforma” trabalhista, o futuro fica ainda mais turvo e incerto para a grande massa, que só tem a força de trabalho para vender e, consequentemente, sobreviver.
Essas reformas, que na verdade são desmanches dos direitos sociais, representam a precarização da vida, um retrocesso brutal na história do povo brasileiro. Por isso, em resposta a tantos absurdos, vamos paralisar o Brasil no dia 28 de abril!
Marcos Bulgarelli é diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical