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Homens e mulheres unidos em uma só voz, não à violência!
terça-feira, 14 de junho de 2016
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Devido a uma série de manifestações em rede nacional e internacional, voltamos a nos deparar com um assunto que estarrece a todos: o crime do estupro.
Em caso recente, uma jovem de 16 anos sofreu estupro coletivo, na cidade do Rio de Janeiro RJ, chocando o País inteiro e causando grande comoção nas redes sociais, após imagens do crime terem sido divulgadas pelos próprios suspeitos.
O fato é ainda mais chocante porque revela a certeza da impunidade de estupradores, segundo a promotora de Justiça e coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento a Violência contra a Mulher (GEVID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian, que é especialista no tema. "Mostra a certeza total da impunidade desses criminosos, que agem em grupo e que gravam e publicam a própria prova do crime que praticaram. Mostra o descaso pra eventuais responsabilizações, descaso com a Justiça", afirma à BBC Brasil. "Um deles revela até a autoria, o rosto. Qual é a mensagem que ele está passando? É de 'eu não acredito na lei, na polícia, na Justiça, eu não tô nem aí'. Essa mensagem não pode ficar para sociedade."
Chakian opina que a maneira como o vídeo foi compartilhado pelos suspeitos do estupro, que mostravam "orgulho" pelo crime praticado, é um sinal de como a "violência contra a mulher é naturalizada no Brasil". Podemos dizer, inclusive que a cultura do estupro reina no país.
O termo “cultura do estupro” foi cunhado na década de 70 por feministas norte-americanas. É utilizado para descrever um ambiente no qual o estupro é predominante e no qual a violência sexual contra as mulheres é normalizada na mídia e na cultura popular. Ao disseminar termos que denigrem as mulheres, permitir a objetificação do corpos delas e glamurizar a violência sexual, a cultura do estupro passa adiante a mensagem de que a mulher não é um ser humano, e sim uma coisa.
Especialistas revelam o quanto ainda impera no país a cultura do estupro, o quanto a violência sexual tornou-se algo usual dentro da nossa sociedade. O artigo da Folha também informa que, por aqui, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada, segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com dados de 2014. Naquele ano, quase 48 mil pessoas foram vítimas do crime no Brasil.
E esses números só representem a ponta do iceberg. Feridas, humilhadas, ameaçadas e amedrontadas, muitas mulheres nem chegam a denunciar seus algozes. Algumas, só o fazem quando engravidam e buscam o aborto legal.
Sim, há muitas urgências neste país, mas não dá mais para a sociedade brasileira dar os ombros para essa questão. Mulheres são estupradas porque são mulheres, porque são vistas como objetos sexuais, como propriedades dos homens e não como seres dotados de direitos e de vontade própria.
O enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher deve ser pauta permanente de toda a sociedade.
Ainda nesta semana, o Senado aprovou projeto de lei que prevê pena mais rigorosa para os crimes de estupro praticados por duas ou mais pessoas. A proposta, além de agravar a punição, tipifica o crime de estupro coletivo que, atualmente, não é previsto no Código Penal brasileiro.
É uma lição que todos devem refletir e ensinar, passar para frente, seja no âmbito familiar, escolar, em todas as esferas da sociedade, que homens e mulheres são iguais, ambos devem respeitar as diferenças, desde sempre.
Dizendo não à violência contra a mulher, é dever, também do movimento sindical, criar campanhas para incentivar as mulheres a denunciarem este tipo de crime, sempre na luta para mudar a cultura “machista”, em que o patriarcado rege a nossa sociedade.
HOMENS E MULHERES UNIDOS EM UMA SÓ VOZ, NÃO À VIOLÊNCIA!
GENEROS DIFERENTES , DIREITOS IGUAIS!
Laura dos Santos,
coordenadora do departamento das mulheres e gênero da FEQUIMFAR