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Hora de transferir o crescimento industrial para os nossos bolsos
quarta-feira, 30 de junho de 2010
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Nas poucas vezes que a gente encontra algum patrão percebe que está rindo à-toa. Afinal, o IBGE acaba de divulgar uma pesquisa que registra o crescimento industrial de 19,7%, ou seja, quase 20% nos últimos doze meses. É crescimento para ninguém botar defeito e que impressiona setores industriais do mundo inteiro.
A razão de tanto aumento na produção é o envolvimento direto dos trabalhadores que cada vez mais fazem jus à Participação no Lucro e no Resultados (PLR), como cansamos de provar ao longo das negociações que ainda não terminaram.
Os 19,7% de aumento da produção nos últimos doze meses foi a maior alta desde 1991. E, complementando os dados de produção, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a organização máxima dos patrões, divulgou que o faturamento cresceu 12% no primeiro trimestre de 2010.
Ou seja, depende da gente e de nossa mobilização para transformar o sorriso largo dos patrões, cheios de dinheiro em caixa, em mais PLR e, principalmente, em melhores negociações das nossas convenções coletivas que se aproximam.
E é sempre bom lembrar que os empresários estão bem agora porque se cumpriu o círculo virtuoso que já anunciamos há anos.
Quando se produz com mais qualidade e sem retrabalho, significa mais economia para as empresas, maior competitividade dos produtos e um lucro adicional para as empresas. Que ao negociarem com seriedade com os respectivos sindicatos transferem renda para os seus trabalhadores e trabalhadoras. Que por sua vez transformam os salários em consumo.
Essa foi a fórmula que ajudou o Brasil a escapar, antes dos países europeus e dos Estados Unidos, da recente crise financeira mundial. E que agora, após as turbulências financeiras, chega a hora de premiar os trabalhadores e trabalhadoras com uma expressiva Participação nos Lucros e Resultados e uma excelente negociação salarial.
Para que a gente também comece a rir à-toa com mais salários nos bolsos que saberemos transformar, com certeza, em mais consumo e investimentos na Saúde, na Educação e nas nossas moradias.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá