Enquanto o sistema financeiro lucra com os juros altos, milhões de brasileiros passam fome. Na semana passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) ignorou a classe trabalhadora e manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
Os bancos e os investidores são os únicos que se beneficiam com os juros altos. Já a população, só tem desvantagens. Isto porque, quando a Selic sobe, todas as outras taxas de juros de mercado também aumentam. Este efeito cascata faz encarecer o crédito, o crediário, o financiamento e os empréstimos. Torna-se, então, mais vantajoso investir o dinheiro do que injetá-lo numa produção, por exemplo.
O fato é que juros não enche prato, mas aumenta a desigualdade social que já é gritante no Brasil. Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgados nesta segunda-feira, 26, mostram que a fome no país tem cor e gênero. Ela atinge, proporcionalmente, o dobro dos lares chefiados por pessoas negras, na comparação com aqueles liderada por brancos. A situação fica ainda mais desigual em casas lideradas por mulheres negras, informa a Folha de São Paulo.
Estamos num momento de reconstrução do nosso país. Para alcançarmos o futuro que desejamos, com mais empregos, direitos e igualdade, precisamos da redução dos juros, de uma reforma que reduza a carga tributária do consumo dos mais pobres e que taxe as grandes fortunas e, claro, acabar, de uma vez por todas, com a fome no Brasil.
Gilberto Almazan é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região