O movimento sindical brasileiro confia em Luiz Marinho, titular do Ministério do Trabalho e Emprego. Marinho foi metalúrgico no ABC e construiu uma respeitável carreira sindical, principalmente no campo cutista.
Quando Lula o nomeou ministro, certamente, pensou em pôr no Trabalho e Emprego um homem com os predicados de Marinho, dando-lhe inúmeras tarefas.
A principal tarefa é reconstruir o Ministério extinto pelo ex-presidente da República de extrema direita, em seu primeiro dia de governo, em janeiro de 2019. Não é tarefa fácil. Essa reconstrução tem o apoio integral do sindicalismo, mas exige medidas práticas e agilidade.
Por esses dias, o Ministério enfrenta problemas com os Auditores Fiscais. Boa parte dos diretores desse setor pediu exoneração das funções de chefia, por falta de condições de trabalho. O principal problema é a falta de profissionais para dar conta das demandas.
O governo anunciou abertura de concurso para 950 auditores. Mas essa quantidade viria apenas repor perdas dos últimos anos. O Ministério precisa de muito mais Agentes Fiscais e outros Servidores, a fim de cobrir um País continental, com quase seis mil municípios e milhões de estabelecimentos a serem fiscalizados.
Pra se ter uma ideia de precariedade, pegue-se o caso de Guarulhos. Hoje, a representação do Ministério funciona numa salinha da Previdência. Existem apenas dois Agentes para cobrir todo o Alto Tietê, ou seja, 18 municípios.
O sindicalismo da região quer e precisa de um Ministério bem organizado, com equipe e equipamento. Nosso Sindicato tem demandado a Pasta, pedindo mesas-redondas com empresas, mesmo sabendo que haverá demora no atendimento.
O Ministério do Trabalho foi fundado por Getúlio Vargas em 26 de novembro de 1930, ficando conhecido como “o Ministério da Revolução”. Ele foi fundamental para a defesa dos salários e direitos dos trabalhadores, assim como no combate a acidentes de trabalho.
A Pasta do Trabalho já foi dirigida por brasileiros de muita qualidade técnica, política e moral. Entre os quais João Goulart, Almino Afonso, Walter Barelli, Carlos Lupi e tantos outros.
Num governo popular, como o de Lula, o Ministério do Trabalho e Emprego precisa ser linha de frente desse próprio governo. Precisa ter política clara, metas, equipe e equipamento. Isso é necessário e urgente, a fim de equilibrar as relações entre capital e trabalho, como também combater os acidentes e doenças do trabalho.
Portanto, eu junto minha voz à manifestação de técnicos do Trabalho, Médicos do Trabalho, Engenheiros do Trabalho e todos os demais Auditores da Pasta: queremos um Ministério forte, porque a classe trabalhadora precisa de mais aliados dentro do Estado brasileiro.
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região