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Mulher: Espaço conquistado, espaço á conquistar!
sexta-feira, 2 de março de 2012
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Historiadores nos contam que nos primórdios da sociedade humana, as mulheres tinham um papel fundamental de liderança nas famílias, grupos e comunidades. Todas ocupavam um papel de destaque sem que fosse necessária a exclusão ou submissão a força física dos homens.
Com o desenvolvimento da sociedade humana e o consequente surgimento de conceitos como a propriedade privada, junto a disputas pelo direito de herança, começou a se estabelecer uma hierarquia entre os seres humanos, onde as mulheres passaram a ser subjugadas pela força e o poder dos homens e suas instituições. Muitos anos se passaram e somente a partir do século 19, mais precisamente, com o advento de novas necessidades e relações sociais, e também, como resultado da Revolução Industrial, é que o papel e a imagem das mulheres começou a mudar.
A participação feminina no mundo do trabalho foi de vital importância para o desenvolvimento do sistema produtivo e do comércio em relação ao estabelecimento do poderio econômico e mercadológico de determinadas nações. Quando as primeiras fábricas foram estabelecidas, elas estavam lá, junto com seus filhos, ainda crianças, nas linhas de produção e manufatura.
Operárias, artesãs e comerciantes, mães e administradoras de seus lares, trabalhando de noite e dia, sem nunca poder esquecer as necessidades existentes em seus lares. E fica a pergunta, será que essa situação mudou muito? A crescente acumulação de riqueza de uma precoce sociedade capitalista, em contraste com o nascimento de estados socialistas, junto com a disputa pelo equilíbrio econômico, através das grandes guerras e conflitos mundiais, proporcionou mais uma vez uma chance única de destaque para as mulheres.
O reduzido número homens para o trabalho aumentou significativamente o trabalho das mulheres nos mais diferentes setores da economia no Ocidente. E aí, que se deu um grande impulso aos principais movimentos trabalhistas, políticos, culturais e sindicais. Movimentos nascido no século 19 e que foram aflorados nas muitas manifestações e greves do século 20, todas em paralelo a vital participação feminina na luta pelos direitos civis de todas as minorias.
Neste século 21, muita coisa mudou, dentre inúmeras conquistas, a eleição da companheira Dilma Rousseff, mulher, guerreira que ocupou boa parte de sua vida lutando pela liberdade e democracia. As lutas e conquistas das mulheres ainda são de ordem prioritária. As jornadas de trabalho continuam extensas, no trabalho e em casa. Seus ganhos salariais ainda são defasados em relação ao dos homens. Seus proventos permanecem de essencial importância para a sobrevivência de suas famílias, sendo que mesmo nos dias de hoje, muitas mulheres sustentam sozinhas suas famílias, sem nem mesmo compartilhar com um homem esta função.
No Brasil, a eleição de Lula, operário, nordestino, sindicalista militante, levou o país ao verdadeiro rumo do crescimento com distribuição de renda, enfrentou crises internas e externas com o apoio dos movimentos sociais, fortalecendo o mercado interno. Sabemos que à presidenta Dilma, não basta tão somente compor seu governo com mulheres, que louvamos, mas também dar continuidade a um governo democrático e participativo, iniciado pelo companheiro Lula.
O papel das mulheres precisa urgentemente ser mais bem reconhecido. Os seus direitos não podem mais serem desrespeitados. As desigualdades entre homens e mulheres precisam terminar. Suas características físicas e pessoais, típicas da própria constituição feminina, não devem ser interpretadas como desigualdades. Em nossa sociedade brasileira as mulheres vêem alcançando uma série de conquistas cenário político, no mercado de trabalho, nas relações entre iguais. Mas, os números do mercado de trabalho nos mostram que para uma mesma função, a preferência dos empregadores ocorre da seguinte forma: em primeiro lugar um homem não negro, depois um homem negro, depois uma mulher não negra e, por último, uma mulher negra. Sabemos que falta muito, mas o Movimento Sindical dá o seu exemplo com as suas dirigentes ocupando importantes espaços políticos. Precisamos estar sempre atentos, aprendendo nossas lições com a via. Por mais respeito às causas femininas, viva o dia 08 de março, salve o dia internacional da mulher.
Sergio Luiz Leite, presidente da FEQUIMFAR