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Não há como projetar o Brasil do futuro sem a compreensão dos idosos
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
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Ainda que o Brasil tenha sido descoberto há mais de 500 anos pelos portugueses, nosso conceito e anseio de formação de um Brasil obteve relevância a partir da Independência, em 1822.
A concepção de Estado está em andamento há menos de dois séculos. O que pode parecer muito tempo é quase nada no contexto histórico de um país.
Em mais um paralelo, enquanto a Europa mudou seu sistema de produção com a Revolução Industrial, por volta de 1750, o processo de industrialização do Brasil, em suas devidas proporções, acentuou-se a partir de 1930.
Assim, quando os operários europeus já lutavam por seus direitos desde o século XVIII, as causas dos trabalhadores só ganharam impulso devido aos imigrantes, que aportaram no Brasil e trouxeram mais que roupas em suas bagagens. Organizaram a luta operária com os ideais na busca por trabalho e vida decentes.
Em tempos de eleições para definição do novo presidente da República é momento também para refletirmos sobre o Brasil que a gente espera não só para os próximos quatro anos, mas como projeto de nação.
Projeto este que, obrigatoriamente, há de se traçar as metas para o futuro, compreendendo aqueles que constituíram e contribuíram para a sua formação.
E não dá para pensar um novo Brasil sem que se revise as políticas públicas voltadas para os aposentados, pensionistas e idosos.
De fato os novos governantes têm de estabelecer ações para a geração de empregos, proporcionar moradia, acesso à saúde gratuita e de qualidade, transporte público eficiente, segurança, mas é essencial que se estabeleçam políticas voltadas para a valorização dos aposentados, pensionistas e idosos deste país.
É preciso rever o Fator Previdenciário, manter um sistema de Previdência Social público e universal, fortalecer aPrevidência Pública Complementar, valorização dos benefícios acima do Salário Mínimo, recuperar o poder de comprar dos benefícios, isenção de imposta de renda, dentre outros itens para assegurar a qualidade de vida dos brasileiros.
Já somos mais de 32 milhões de aposentados, pensionistas e idosos no Brasil. A previsão é de que, em 2020, constituiremos 33% da população.
Considerando este “novo panorama” no país, que se verticaliza, ou os políticos começam a pensar o Brasil do futuro, considerando os idosos, ou o país entrará em verdadeiro colapso no futuro, sem proporcionar o mínimo de dignidade para os seus aposentados e pensionistas, questão essa que não pertence a um determinado grupo, mas a todos, uma vez que o trabalhador de hoje será o aposentado de amanhã.
Carlos Andreu Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), entidade filiada à Força Sindical