Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
29 ABR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"]Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Negociação Coletiva, direito fundamental do trabalho

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Artigos

Negociação Coletiva, direito fundamental do trabalho

Por: Clemente Ganz Lúcio
A valorização da negociação coletiva fortalece a democracia porque, por meio do diálogo social, trabalhadores, empresas, organizações do terceiro setor e governantes tratam de interesses e conflitos que estão presentes na repartição do produto econômico do trabalho de todos, fixando os pisos, reajustes e aumentos dos salários, as formas de contratação, os benefícios para o transporte coletivo, para a creche, a educação e a formação profissional, jornada de trabalho e horas extras, entre tantos outros itens que compõem um acordo ou uma convenção coletiva.
 
A Organização Internacional do Trabalho trata do “direito de sindicalização e de negociação coletiva” na Convenção 98, aprovada em 1949, na 32ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho realizada em Genebra. O Brasil a ratificou em 1952, há 71 anos.
 
Essa é uma das cinco categorias que integram os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho: liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; a abolição efetiva do trabalho infantil; a eliminação da discriminação em relação ao emprego e à ocupação; o direito à segurança e saúde no trabalho.
 
Por que a Convenção 98 trata simultaneamente de direito de sindicalização e de negociação coletiva? Primeiro, porque a negociação coletiva se processa por meio da representação coletiva realizada pelo sindicato. Cabe, portanto, ao sindicato promover sua real capacidade de representação e representatividade, que são expressas pela cobertura sindical efetiva correspondente ao contingente de trabalhadores protegidos por acordos ou convenções coletivas e pela sindicalização. Segundo, porque para cumprir sua missão o sindicato deve ter autonomia em termos de organização, deliberação e financiamento.
 
Infelizmente, são recorrentes iniciativas de empresas e governos para desqualificar as negociações coletivas e, principalmente, para impedir a sindicalização ou o trabalho de base do sindicato.
 
Por isso a Convenção 98 da OIT afirma que  “os trabalhadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer atos atentatórios à liberdade sindical em matéria de emprego”, tais como, “subordinar o emprego de um trabalhador à condição de não se filiar a um sindicato ou deixar de fazer parte de um sindicato; e dispensar um trabalhador ou prejudicá-lo, por qualquer modo, em virtude de sua filiação a um sindicato ou de sua participação em atividades sindicais, fora das horas de trabalho ou com o consentimento do empregador, durante as mesmas horas”.
 
Para garantir a autonomia do direito de organização sindical a Convenção 98 afirma que “as organizações de trabalhadores e de empregadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer atos de ingerência de umas e outras, quer diretamente, quer por meio de seus agentes ou membros, em sua formação, funcionamento e administração”. É muito clara a definição de atos de ingerência ao afirmar que são “medidas destinadas a provocar a criação de organizações de trabalhadores dominadas por um empregador ou uma organização de empregadores, ou a manter organizações de trabalhadores por outros meios financeiros, com o fim de colocar essas organizações sob o controle de um empregador ou de uma organização de empregadores”.
 
Assentada na autonomia sindical, a OIT afirma que “deverão ser tomadas, se necessário for, medidas apropriadas às condições nacionais, para fomentar e promover o pleno desenvolvimento e utilização dos meios de negociação voluntária entre empregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores com o objetivo de regular, por meio de convenções, os termos e condições de emprego”.
 
Nesse sentido, a Constituição Federal do Brasil delega aos sindicatos dos trabalhadores o poder de representação coletiva para celebrar acordos coletivos com as empresas, ou convenções coletivas com a representação setorial dos empregadores que, em nosso país, também é designada de sindicato (p.ex. sindicato da indústria, sindicato do comércio).
 
Em nosso país a sindicalização é livre e, portanto, ninguém é obrigado a se filiar a um sindicato. Entretanto, de forma correta e moderna, a legislação determina que um acordo ou convecção coletiva tem efeito universal para aqueles que estão no âmbito de representação. Isso significa que todos/asos/as trabalhadores/as, sócios e não sócios do sindicato, são abrangidos, protegidos e beneficiados pelas regras contidas no instrumento coletivo. Do mesmo modo, todas as empresas e organizações que participam do âmbito negocial estão vinculadas ao cumprimento e benefícios do que foi pactuado.
 
A legislação é cristalina no papel de representação coletiva dos sindicatos, no amplo poder da negociação coletiva e na autonomia para construir sua representatividade. Até por isso, o Supremo Tribunal Federal corrigiu uma gravíssima distorção contida na reforma trabalhista de 2017, consignada na Lei 13.467, que tirou a responsabilidade dos todos os beneficiados pelos acordos e convenções coletiva de financiar a sua representação nos processos negociais conforme deliberado em assembleia.
 
O STF define que, com o fim da contribuição sindical, comumente denominada de imposto sindical, que era paga por todos para financiar o sistema sindical, é correto que uma contribuição destinada a financiar a representação no processo negocial seja aportada por todos os beneficiados.
 
A base de toda a deliberação relacionada ao processo negocial é coletiva, realizada por meio de assembleias e de consultas estruturadas, momento no qual se renovam as delegações de representação ao sindicato para um processo negocial concreto. São as assembleias que definem a pauta que será apresentada, analisam e deliberam pela aprovação ou rejeição das propostas vindas das mesas de negociação e, em algum momento, definem pela celebração de um acordo ou convenção coletiva concreto. Portanto, a representação coletiva tem nas assembleias o espaço de deliberação sobre todas as regras e normas que irão reger as relações de trabalho por um período.
 
O nosso sistema sindical e de relações de trabalho, que é bem estruturado, está desafiado a responder às profundas mudanças no sistema produtivo e no mundo do trabalho. Considerando a velocidade, a intensidade e a extensão dessas transformações, somente a negociação coletiva será capaz de tratar dos novos problemas e desafios, construindo soluções e normas em tempo real. Para que acordos e convenções gerem segurança para todos diante de problemas complexos e inéditos, é fundamental que os processos negocias sejam bem estruturados e permanentemente valorizados.
 
Por isso, as Centrais Sindicais apresentaram propostas para incentivar e valorizar a negociação coletiva. A criação de um Conselho Nacional de Promoção da Negociação Coletiva, com participação tripartite, visando ao cuidado permanente da negociação coletiva, em todos os âmbitos, apoiando formas de articulação e coordenação dos espaços e âmbitos negociais, desenvolvendo instrumentos de mediação e arbitragem, observando a diversidade setorial, territorial e de tamanho de empresa, bem como estimulando a negociação coletiva no setor publico.
 
Não se deve temer a negociação coletiva. Aqueles que a realizam com boas práticas, a valorizam, a defendem e a promovem. Quem vivencia a negociação coletiva conhece sua importância estratégica para um sistema de relações de trabalho moderno.
 
Clemente Ganz Lúcio, Sociólogo, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, membro do CDESS – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República, membro do Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil, consultor e ex-diretor técnico do DIEESE (2004/2020)
Emprego formal cresce no Brasil: Setor Elétrico precisa acompanhar
Eduardo Annunciato, Chicão

Emprego formal cresce no Brasil: Setor Elétrico precisa acompanhar

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio
Clemente Ganz Lúcio

Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio

Mesa farta: mais direitos e dignidade
Eusébio Pinto Neto

Mesa farta: mais direitos e dignidade

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Carta de Trump
João Guilherme Vargas Netto

Carta de Trump

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

Governo anuncia medidas para defender empresas de tarifaço dos EUA
Força 13 AGO 2025

Governo anuncia medidas para defender empresas de tarifaço dos EUA

Em plenária intersindical, Feessemg inaugura sede moderna em Contagem
Imprensa 13 AGO 2025

Em plenária intersindical, Feessemg inaugura sede moderna em Contagem

Centrais se organizam para as campanhas e mantutenção dos empregos
Força 13 AGO 2025

Centrais se organizam para as campanhas e mantutenção dos empregos

3ª Conferência Nacional Da Mulher Metalúrgica – Metalmulheres
Mulher 12 AGO 2025

3ª Conferência Nacional Da Mulher Metalúrgica – Metalmulheres

Viva a Marcha das Margaridas
Mulher 12 AGO 2025

Viva a Marcha das Margaridas

Dirigentes retomam estratégias de luta com retorno do Congresso
Força 12 AGO 2025

Dirigentes retomam estratégias de luta com retorno do Congresso

Brasil amenizará efeitos do tarifaço com novos mercados, diz ministro
Imprensa 11 AGO 2025

Brasil amenizará efeitos do tarifaço com novos mercados, diz ministro

Sindicalistas iniciam Jornada Nacional sobre reforma do IR
Força 8 AGO 2025

Sindicalistas iniciam Jornada Nacional sobre reforma do IR

Centrais sindicais SP e Dieese se reúnem para alinhar agenda legislativa
Força 8 AGO 2025

Centrais sindicais SP e Dieese se reúnem para alinhar agenda legislativa

Entidades gaúchas defendem empregos frente ao tarifaço dos EUA
Força 8 AGO 2025

Entidades gaúchas defendem empregos frente ao tarifaço dos EUA

Alerj cria grupo para debater segurança nos postos de combustíveis
Força 8 AGO 2025

Alerj cria grupo para debater segurança nos postos de combustíveis

Encontro Regional fortalece inclusão de pessoas com deficiência
Força 8 AGO 2025

Encontro Regional fortalece inclusão de pessoas com deficiência

Sindicalistas debatem desafios do setor papeleiro
Força 7 AGO 2025

Sindicalistas debatem desafios do setor papeleiro

Força e ADS pedem justiça por morte de líder da CROC
Força 7 AGO 2025

Força e ADS pedem justiça por morte de líder da CROC

Viva a Lei Maria da Penha!
Força 7 AGO 2025

Viva a Lei Maria da Penha!

Centrais sindicais debatem atuação com deputados do RJ e ES
Força 7 AGO 2025

Centrais sindicais debatem atuação com deputados do RJ e ES

Má postura no home office ainda afeta milhões: ergonomia precisa sair do escritório
Imprensa 7 AGO 2025

Má postura no home office ainda afeta milhões: ergonomia precisa sair do escritório

Frentistas do RJ retomam negociação salarial nesta sexta-feira (8)
Força 7 AGO 2025

Frentistas do RJ retomam negociação salarial nesta sexta-feira (8)

Sindnapi comemora Dia Estadual do Idoso no Espírito Santo
Força 7 AGO 2025

Sindnapi comemora Dia Estadual do Idoso no Espírito Santo

Sindnapi realiza Conferência Livre dos Direitos da Pessoa Idosa
Força 6 AGO 2025

Sindnapi realiza Conferência Livre dos Direitos da Pessoa Idosa

Emprego formal cresce no Brasil: Setor Elétrico precisa acompanhar
Artigos 6 AGO 2025

Emprego formal cresce no Brasil: Setor Elétrico precisa acompanhar

Dois anos sem João Inocentini
Artigos 6 AGO 2025

Dois anos sem João Inocentini

Força Sindical-PR terá representante na Conferência das Mulheres
Força 6 AGO 2025

Força Sindical-PR terá representante na Conferência das Mulheres

Posto é condenado por não pagar feriados a 66 frentistas
Força 6 AGO 2025

Posto é condenado por não pagar feriados a 66 frentistas

Centrais entregam propostas a Lula por soberania e empregos
Força 5 AGO 2025

Centrais entregam propostas a Lula por soberania e empregos

Hoteleiros articulam campanha salarial com apoio da Força
Força 5 AGO 2025

Hoteleiros articulam campanha salarial com apoio da Força

Justiça determina implantação da CIPA na Prefeitura de Valinhos
Força 5 AGO 2025

Justiça determina implantação da CIPA na Prefeitura de Valinhos

Sindicalista alerta sobre riscos do benzeno a frentistas durante Congresso
Força 5 AGO 2025

Sindicalista alerta sobre riscos do benzeno a frentistas durante Congresso

Jovens fortalecem sucessão rural com apoio do Sintraf-Petrolina
Força 5 AGO 2025

Jovens fortalecem sucessão rural com apoio do Sintraf-Petrolina

Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio
Artigos 5 AGO 2025

Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio

Aguarde! Carregando mais artigos...