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Negociação e mobilização como instrumentos de luta
terça-feira, 15 de outubro de 2013
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As negociações salariais deste ano no setor automotivo exigiram grande esforço de todos os que delas participaram, inclusive com a realização de greve de um dia na unidade de São Caetano do Sul. Mas se considerarmos o resultado obtido acredito que valeu a pena. Isto porque estamos vivendo um quadro de dificuldades no crescimento geral da economia brasileira, mas do ponto da produção do setor automotivo não há crise.
Reportagem publicada no dia 23/09/2013, pelo jornal Valor Econômico, tendo por base dados do IBGE, revelou que “Entre altas e baixas mensais, a produção industrial avançou 2% na comparação com os mesmos meses de 2012, mas dez dos 27 setores pesquisados cresceram mais. Dentre estes, sete conseguiram elevar sua produção em mais de 5%. A fabricação de veículos, por exemplo, cresceu 13,2%, incentivada por benefícios tributários e também por um importante incremento das exportações”.
Diante disso, a empresa General Motors não poderia, de modo algum, continuar insistindo de que por conta da crise, que em nada a abalou, não iria conceder aumento salarial, quando muito a reposição da inflação.
Com base nessas informações, e ainda considerando a realidade produtiva da empresa, que neste momento está “bombando”, fomos à luta, de forma organizada, e depois de muita mobilização, grandes discussões na mesa de negociação com a direção da empresa, e paralisação de um dia, nós, metalúrgicos de São Caetano do Sul, conquistamos não apenas a reposição integral da inflação (6,07%), mas, sobretudo 1,82% de aumento real que juntos totalizaram 8%.
Uma vitória importante, sem dúvida, frente às dificuldades encontradas. Até porque a rejeição da proposta inicial pela assembleia, no dia 30/09, mostrou que os metalúrgicos haviam entendido o momento vivido e não estavam para brincadeiras. Portanto, se algo mais não fosse apresentado certamente a paralisação iria continuar por tempo indeterminado.
A empresa pagou para ver e os resultados todos já conhecem: manutenção das cláusulas sociais que constam da atual Convenção Coletiva de Trabalho, até 2015, reposição integral da inflação acumulada nos últimos 12 meses que antecedem a nossa data-base e ainda aumento real de 1,82%, como forma de recuperação e valorização do poder de compra dos salários. Nesse sentido, entendo que apesar do esforço, fomos vitoriosos.
Aparecido Inácio da Silva, Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano