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O movimento sindical na Amazônia, sua importância na segurança da região
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
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Nós que nascemos e vivemos na Amazônia temos a dimensão da sua importância para o nosso País e para o Planeta. Sua história mostra que essa região já deu ao Brasil significativa contribuição para o desenvolvimento. A Amazônia pagou a dívida externa do Brasil com a borracha produzida aqui.
Hoje essa região se coloca como uma grande reserva a ser explorada com racionalidade. O Brasil precisa de políticas que preserve a Amazônia e, ao mesmo tempo, dar dignidade ao seu povo – índios, caboclos, negros, ribeirinhos. São eles que realmente garantem a sobrevivência da nossa fauna e flora.
Os movimentos sociais têm contribuído muito, para não deixar que exploradores, aventureiros e gananciosos destruam as nossas riquezas. O movimento sindical dos trabalhadores urbanos, rurais e pescadores têm realmente ajudado nesta luta pelo desenvolvimento sustentado da Amazônia. Cada um atua no seu segmento. Os pescadores por meio de suas Colônias têm garantido a preservação dos peixes e a proteção dos nossos rios. Os rurais são os verdadeiros guardiões da Amazônia contra a exploração desordenada das nossas florestas.
O movimento dos rurais tem sofrido muitas baixas com a morte de seus líderes, assassinados por grileiros de terra. Os Sindicatos e Federações de Trabalhadores Rurais, buscam aliados nesta luta desigual contra a devastação da Amazônia, ongs, igrejas, onde se destaca as instituições ligadas a igreja católica, como a Pastoral da Terra e o CIMI, que realmente lutam pelos povos da Amazônia.
Os sindicatos urbanos têm um papel fundamental neste engajamento político. Seus dirigentes devem compreender a sua importância neste cenário regional, buscando alternativas e formulando políticas que se integrem aos outros grupos que compõem este quadro de complexidade que é a Amazônia.
É necessário procurar alternativas econômicas baseadas em produtos da região. Os estados do Acre e o Pará tem experiências importantes neste sentido. No Acre destaco o aproveitamento da castanha do Pará e o açaí.
Outras alternativas também estão sendo realizadas no sentido de aproveitar o que a natureza oferece, como a andiroba, a copaíba, o breu branco e o pau-rosa. Amazônia é isso tudo. E o Brasil tem essa região para garantir o seu futuro. O Amazonas tem uma realidade diferente, mas fundamental para o desenvolvimento do País, inclusive para garantir o volume de chuvas na região Sudeste. Temos a Zona Franca de Manaus, que com Pólo Industrial, garante 98% das nossas florestas preservadas.
O movimento sindical regional e seus dirigentes devem se qualificar, estudar, para entender essa realidade da Amazônia e contribuir para que os povos da Amazônia possam viver com dignidade.
Esse é o papel do movimento sindical e sua importância na preservação da região amazônica. As Centrais Sindicais, como entidades de coordenação nacional devem olhar com carinho para a Amazônia, procurando dar aos seus dirigentes todo apoio e solidariedade para eles possam trabalhar com segurança.
Vicente Filizzola, presidente da Força Sindical no Amazonas