Publico este artigo um dia após o 7 de Setembro. Essa data é sempre de grande significado para os brasileiros. Porém, neste ano, devido à mobilização anunciada pelos bolsonaristas, o Dia da Independência poderá ter ganhado outros contornos.
Espero, no entanto, que as manifestações de ontem tenham sido ordeiras e pacíficas. Afinal, o 7 de Setembro não é o Dia da Independência da esquerda, da direita ou do centro; do católico, do evangélico ou do espírita; do branco, do preto ou do indígena; da criança, do adulto ou do idoso. É o Dia da Independência de todos os brasileiros.
As datas nacionais não podem ser transformadas em comício político e eleitoral. Essas datas históricas precisam ser comemoradas na exata dimensão de sua importância, sempre com civismo, nacionalismo e espírito de união.
O sindicalismo tem também as nossas datas próprias, como o Dia do Aposentado (24 de janeiro); Internacional da Mulher (8 de março); Dia do Metalúrgico (21 de abril); e Mundial do Trabalho (1º de Maio). Em todas elas, procuramos marcar nossas posições e apresentar reivindicações aos governantes. Porém, em ordem, sem agressões ou divisões entre brasileiros.
As categorias têm as suas datas-bases. A dos Metalúrgicos é em 1º de novembro. Buscamos, sempre, no 1º de novembro, reajustar os salários, conquistar ganho real para a categoria e ampliar os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho.
Patriotismo não é só a pessoa empunhar uma bandeira ou vestir camisa amarela da CBF e participar de manifestações. Essa atitude é legítima. Mas patriotismo é algo que se deve praticar todos os dias, buscando o progresso pessoal, o progresso coletivo e o progresso nacional. Afinal, Ordem e Progresso é o lema de nossa bandeira.
Na ação sindical, considero patriótica a luta por emprego, salário e condições de trabalho, porque, em síntese, isso traz qualidade de vida. É marca de nosso Sindicato a conquista do pagamento de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) nas empresas. Cada ganho eleva o padrão de consumo do metalúrgico, movimenta a economia e fortalece o mercado interno. Sem mercado interno forte nenhum país é independente.
O sindicalismo é uma força social progressista e democrática. Por isso, o movimento tem participado de todos os atos em defesa do Estado de Direito. A classe trabalhadora perde sempre que a democracia é golpeada. Sem democracia, o povo não pode se organizar, a imprensa é calada e o governante trata a Nação como se fosse propriedade sua.
Portanto, democracia, desenvolvimento e soberania formam o tripé que sustenta um povo e um País. Que o 7 de Setembro seja sempre um dia de festa cívica e reafirmação da união nacional. Que seja principalmente o Dia da Esperança.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Diretoria Metalúrgicos em Ação