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O Pré-sal é nosso, ou seja, de todos nós brasileiros
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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Os brasileiros desempregados, os que vivem com menos da metade de um salário mínimo por mês, os que estão fora da escola ou osque vivem em cidades sem médicos também exigem sua participação na atual discussão do que fazer com os futuros lucros do pré-Sal.
A primeira iniciativa que registramos é que não haverá nem pré-sal muito menos ganhos do pré-sal se não forem respeitados os interesses de todos os brasileiros. Senão o pré-sal vai virar mais uma plataforma de campanha de governadores e prefeitos da orla marítima e uma desculpa para se concentrar ainda mais a renda no Brasil.
Por isso, em nome dos 32,5% dos brasileiros que vivem com menos de R$ 232,50 por mês (a metade do salário mínimo) e, portanto, abaixo da linha da pobreza, reivindicamos que se distribua a renda do pré-sal para colocar um fim nesta miséria, em pleno Século 21. Estes brasileiros reivindicam os ganhos do pré-sal e por isso, repetimos, ‘O Pré-Sal é Nosso!’
Também em nome das mais de 800 mil crianças, que segundo a Unesco estão fora da escola, apesar de estarem em idade escolar, reafirmamos que o ‘O Pré-Sal é Nosso!’ É preciso usar os ganhos do présal para construir mais escolas, para treinar professores e gerar salários motivadores para que mais jovens se dediquem ao magistério.
Em nome de cada um dos 2 milhões de brasileiros, em idade adulta e em condições de trabalhar, mas que, infelizmente, não conseguem um emprego decente, clamamos que o ‘O Pré-Sal é Nosso!’. Nós, brasileiros, portadores de títulos de eleitor e de carteiras de trabalho sem assinar, exigimos nossa participação nos ganhos do pré-sal.
E não podemos deixar de fora da nossa campanha ‘O Pré-Sal é Nosso!’, os 455 municípios brasileiros em que não tem um médico sequer da rede pública. A carência de profissionais é maior nas regiões Norte, Sul e Sudeste, onde 25,7%, 25,5% e 24,4% dos municípios não têm nenhum médico em sua estrutura de saúde.
Enquanto vivermos com esses indicadores absurdos de concentração de renda em que algums regiões e cidades do Brasil têm demais e falta tudo em outras regiões, temos que discutir profundamente o destino que se dará aos ganhos do pré-sal. ‘O Pré-Sal é Nosso!’ é a bandeira dos metalúrgicos de Santo André e Mauá, da mesma maneira que foi quando realizamos a campanha ‘O Petróleo é nosso’. Os ganhos da campanha que realizamos em torno do petróleo podemos ver pela pujança da Petrobras. Mas os ganhos sociais seja através da Petrobras ou do Pré-Sal ainda estão para ser confirmados.
Com auto-suficiência e mesmo com a sobra de petróleo, corrermos o sério risco de ter mais concentraçãode renda. O discurso dos governadores e das cidades que atualmente recebem os royalties é bonitinho. Mas ninguém organiza, de verdade, a distribuição da renda do petróleo.
Que terá que respeitar políticas públicas a favor da geração de empregos, da colocação de crianças e jovens nas escolas, da alocação de médicos para as cidades que ainda não têm um profissional sequer e, principalmente, para acabar com a miséria vergonhosa no Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá