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Os impactos da desindustrialização no comércio
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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Agradeço, imensamente, a decisiva participação dos cerca de dois mil comerciários e práticos de farmácia do Estado de São Paulo no ato unificado entre as Centrais Sindicais e os setores produtivos, realizado no estacionamento da Assembleia Legislativa, Capital paulista, neste histórico 4 de abril, chamado “Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego”.
Com o respaldo da nossa empolgada delegação fiz meu pronunciamento para uma plenária de 90 mil pessoas que empunhavam bandeiras das Centrais e das suas respectivas categorias.
Emocionado e orgulhoso, enquanto falava, vi centenas de bandeiras da Fecomerciários tremulando no meio da multidão e diante de mais uma demonstração de força e de poder de mobilização da nossa Federação reafirmei: comerciário também sofre os efeitos da desindustrialização.
E quais são eles? De imediato, os comerciários sofrem as consequências danosas causadas pela invasão de produtos importados, ainda mais os chineses, dado os baixos salários e a mais completa falta de proteção aos trabalhadores daquele país, fatores que barateiam suas produções. Mesmo que os comerciários vendam estes importados dentro das lojas sofremos a concorrência desleal dos produtos informais “Made in China”.
Numa escala maior, identificamos como responsável pela queda das vendas nas lojas a elevada diminuição da produção nacional porque sua retração está fechando empresas e gerando desemprego, inclusive para os comerciários, porque com a queda do poder aquisitivo o comerciante vende menos, as vendas caem e o comerciário perde o emprego!
Por isso, ecoa no Brasil esta mobilização unitária dos comerciários clamando por medidas governamentais urgentes, mais amplas e duradouras do que as anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff, no último dia 3.
Estímulo ao parque industrial
Nosso desafio é estimular a produção do nosso parque industrial e tirar a economia da estagnação, em dezenas de setores, todos igualmente contemplados com a redução de impostos e pela desoneração da folha de pagamento.
Não é à toa que de forma inédita, trabalhadores e empresários estão mobilizados para bradar o “Grito de Alerta” contra a desindustrialização em vários Estados brasileiros.
São Paulo, pela sua dimensão econômica, levou milhares de manifestantes à Assembleia Legislativa paulista, transformando o 4 de abril num enorme palanque pela:
– Retomada da competitividade da indústria nacional para gerar emprego, renda e consumo.
– Aprovação da Resolução 72 que acaba com a guerra dos portos.
– Apoiar e pressionar os trabalhos da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Brasileira.
– Lutar pela redução da taxa de juros (taxa Selic), hoje em 9,75%.
– Concentrar esforços para reduzir o custo da energia e estimular investimentos em infraestrutura, principalmente em transportes.
– Defender a Reforma Tributária porque a estrutura tributária brasileira onera a produção.
– Lutar para diminuir o câmbio que está hipervalorizado e pela desoneração completa das exportações.
– Ter efetiva participação dos comerciários nas Câmaras de Competitividade criadas pelo Governo Federal.
Luiz Carlos Motta é presidente da Fecomerciários