Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Os verdadeiros vilões da política fiscal

terça-feira, 22 de abril de 2025

Artigos

Os verdadeiros vilões da política fiscal

Aumento do salário mínimo, que beneficia milhões de pessoas vulneráveis e estimula a economia do país, está longe de ser a causa do descontrole fiscal

A política de valorização do salário mínimo trouxe impactos socioeconômicos muito positivos. Ao garantir reajustes reais ao piso nacional, tem contribuído para a redução da pobreza e das desigualdades, criado segurança alimentar e derrubado gastos com saúde pública. Cerca de 59,9 milhões de pessoas (assalariados, servidores públicos, aposentados, pensionistas e usuários de benefícios sociais) são favorecidas, além dos trabalhadores informais, pelo efeito farol que o salário mínimo tem para as menores remunerações. Dessa forma, a política contribui para impulsionar o consumo interno, fortalecendo a economia nacional. Porém, mesmo com tantos ganhos para o país, alguns atores insistem em culpar o aumento do piso nacional pelo descontrole fiscal, como fez agora o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, propondo a cruel medida de congelar o salário mínimo por seis anos.

É claro que a evolução do salário mínimo tem relação com a despesa pública, por causa dos benefícios previdenciários e sociais e dos vencimentos de servidores públicos. Porém, parte do aumento do piso nacional retorna via arrecadação tributária – sem contar o efeito positivo do consumo interno no PIB. O reajuste para R$ 1.518,00 em 2025 colocou R$ 81,5 bilhões na economia e aumentou a arrecadação em R$ 43,9 bilhões.

Segundo o Boletim Estatístico da Previdência, de setembro de 2024, 69,6% dos beneficiários da Previdência Social recebem até um salário mínimo (50,6% da massa total de benefícios). Cada acréscimo de R$ 1,00 no piso nacional tem impacto anual estimado em R$ 365,9 milhões na folha de benefícios. Em 2025, o custo adicional será de cerca de R$ 38,9 bilhões (menos que o retorno com a arrecadação tributária).

Ademais, o regime geral da previdência é integrante da seguridade social, que, por lei, é financiada por recursos dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de diversas contribuições sociais, como as que incidem sobre folha de pagamento, faturamento e lucro das empresas, contribuições dos trabalhadores, autônomos e empregadores domésticos, receitas de concursos de prognósticos, como loterias e jogos regulamentados, entre outras fontes. Ou seja, a previdência não depende só da contribuição patronal e de trabalhadores.

Se o regime geral de previdência fosse bancado apenas por empresas e trabalhadores, o resultado de 2024 seria negativo em R$ 297,4 milhões. Nessa conta, é fundamental ponderar que, hoje, de cada 5 trabalhadores do setor privado, 1 é informal. Se eles fossem formalizados, a previdência teria mais R$ 5,2 bilhões. Se incluído o trabalhador por conta própria, o montante seria ainda maior.

Vale lembrar que, em 2024, mesmo a contragosto, o governo abriu mão de R$ 112,8 bilhões, com desonerações e renúncias tributárias. Quanto desse montante trouxe resultados para o país, dada a falta de contrapartidas claras? Quanto não foi só “transferência” de recursos públicos para o setor privado? Por fim, a cada vez que a taxa de juros sobe 1%, com a desculpa de se controlar a inflação e colaborar com a política fiscal, o gasto com a dívida pública cresce R$ 55 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

Diante desses números, é o aumento do salário mínimo que coloca em xeque a estabilidade fiscal?

O país precisa continuar na rota do desenvolvimento econômico e sustentável, mas também social, ampliar a capacidade produtiva e ganhar com setores de maior valor agregado e não concorrer tendo como elementos centrais trabalho precário e baixo salário. O crescimento econômico deve beneficiar todos os brasileiros.

Adriana Marcolino, 49 anos, é diretora técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Socióloga, é mestre em sociologia do trabalho no programa de pós-graduação em sociologia da USP e doutoranda no programa de pós-graduação em Sociologia da USP

Últimas de Artigos

Todas de Artigos
Centrais sindicais farão ato contra juros altos na terça (9)
Força 5 DEZ 2025

Centrais sindicais farão ato contra juros altos na terça (9)

Força Sindical debate ações para 2026 em defesa dos direitos trabalhistas
Força 5 DEZ 2025

Força Sindical debate ações para 2026 em defesa dos direitos trabalhistas

Aeroviários protestam em Congonhas e cobram retomada das negociações
Força 5 DEZ 2025

Aeroviários protestam em Congonhas e cobram retomada das negociações

Marinho pede debate sobre escala 6×1 e financiamento de sindicatos
Imprensa 5 DEZ 2025

Marinho pede debate sobre escala 6×1 e financiamento de sindicatos

Sindicalistas destacam avanços na 6ª reunião do Conselhão
Força 5 DEZ 2025

Sindicalistas destacam avanços na 6ª reunião do Conselhão

Debate sobre jornada expõe disputas entre tempo, trabalho e vida
Imprensa 4 DEZ 2025

Debate sobre jornada expõe disputas entre tempo, trabalho e vida

Sintrabor participa de Congresso dos Trabalhadores Dominicanos
Força 4 DEZ 2025

Sintrabor participa de Congresso dos Trabalhadores Dominicanos

Sinthoresp realiza ações de base
Força 4 DEZ 2025

Sinthoresp realiza ações de base

FAT e Codefat celebram 35 anos e debatem sustentabilidade
Força 3 DEZ 2025

FAT e Codefat celebram 35 anos e debatem sustentabilidade

Sindicatos fortes e democracia: debate destaca desafios urgentes
Imprensa 3 DEZ 2025

Sindicatos fortes e democracia: debate destaca desafios urgentes

Centrais pressionam governo por fim do 6×1 e jornada de 40 horas
Força 3 DEZ 2025

Centrais pressionam governo por fim do 6×1 e jornada de 40 horas

Metalúrgicos de SP e Mogi seguem mobilizados por PLR e mais benefícios
Força 3 DEZ 2025

Metalúrgicos de SP e Mogi seguem mobilizados por PLR e mais benefícios

Sindicalismo protesta contra prisão de José Elías Torres
Força 3 DEZ 2025

Sindicalismo protesta contra prisão de José Elías Torres

A força do voto e a participação cidadã na construção de um futuro mais justo
Artigos 2 DEZ 2025

A força do voto e a participação cidadã na construção de um futuro mais justo

Nota: Prisão de secretário-geral da CTV é anti-democrática                   
Força 2 DEZ 2025

Nota: Prisão de secretário-geral da CTV é anti-democrática                   

Arakém e Miguel Torres recebem certificados de honra ao mérito
Força 2 DEZ 2025

Arakém e Miguel Torres recebem certificados de honra ao mérito

Jefferson Caproni, do SinSaúdeSP, é um dos 100 mais influentes da saúde no ano
Força 2 DEZ 2025

Jefferson Caproni, do SinSaúdeSP, é um dos 100 mais influentes da saúde no ano

Sinthoresp abre inscrições para reservas nas colônias de férias
Força 2 DEZ 2025

Sinthoresp abre inscrições para reservas nas colônias de férias

Borracheiros intensificam mobilização após proposta abusiva da Prometeon
Força 2 DEZ 2025

Borracheiros intensificam mobilização após proposta abusiva da Prometeon

Eletricitários denunciam Enel e cobram manutenção do PSAP/Eletropaulo
Força 2 DEZ 2025

Eletricitários denunciam Enel e cobram manutenção do PSAP/Eletropaulo

Eletricitários SP lançam livro: ’80 anos, a energia que nos move’
Força 2 DEZ 2025

Eletricitários SP lançam livro: ’80 anos, a energia que nos move’

Trabalho, Jornada e Direitos: a luta pela redução do tempo laboral
Imprensa 1 DEZ 2025

Trabalho, Jornada e Direitos: a luta pela redução do tempo laboral

Federação dos Metalúrgicos SP reelege Diretoria com unanimidade
Força 28 NOV 2025

Federação dos Metalúrgicos SP reelege Diretoria com unanimidade

Campanha Salarial 2026 do Sintrabor segue a pleno vapor
Força 28 NOV 2025

Campanha Salarial 2026 do Sintrabor segue a pleno vapor

Reunião da FEQUIMFAR define desafios e prioridades para 2026
Força 28 NOV 2025

Reunião da FEQUIMFAR define desafios e prioridades para 2026

13º salário: direito garantido pela luta sindical
Força 28 NOV 2025

13º salário: direito garantido pela luta sindical

STIEESP contribui para decisões estratégicas e aprovações financeiras da CNTI
Força 28 NOV 2025

STIEESP contribui para decisões estratégicas e aprovações financeiras da CNTI

Químicos tomam posse na nova diretoria do DIESAT 2025–2028
Força 28 NOV 2025

Químicos tomam posse na nova diretoria do DIESAT 2025–2028

Sintepav-BA intensifica luta pelo fim da violência contra a mulher
Força 28 NOV 2025

Sintepav-BA intensifica luta pelo fim da violência contra a mulher

Dia do técnico de segurança do trabalho celebra avanços
Força 27 NOV 2025

Dia do técnico de segurança do trabalho celebra avanços

Aguarde! Carregando mais artigos...