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Política e fidelidade partidária
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
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Numa questão polêmica, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter os mandatos eleitorais de políticos que trocaram de partido após as eleições de 2006, aplicando a fidelidade partidária somente depois de 27 de março de 2007. A partir desta data, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito. Bem, podemos afirmar que a barganha e comércio de legendas sofreram um golpe. Mas é preciso destacar que a consciência, o bom senso político dos nossos legisladores virá somente quando houver uma significante mudança de mentalidade entre todos aqueles que integram e fazem parte do processo eleitoral brasileiro. A pergunta é: quando será que os protagonistas da vida legislativa terão consciência do verdadeiro significado e sentido da palavra política. Nos cursos que a Fequimfar realiza para a formação de suas lideranças e dirigentes sindicais, sempre ressaltamos a máxima do analfabeto político de Bertold Brecht, dramaturgo alemão, ‘o pior analfabeto é o analfabeto político. Ele se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Da sua ignorância nasce o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, corrupto e lacaio de empresas’. Mas agora, o que nós precisamos é que essa filosofia seja compreendida e implantada com a máxima urgência pelo próprio governo, pelas entidades públicas e privadas, nas empresas e nos sindicatos, mesmo na relação com os nossos filhos, famílias e comunidades. É triste constatarmos que no Brasil, a palavra política tem uma conotação pejorativa. E não vai ser com a decisão do STF que o país irá rumar para moralidade, mas precisamos acreditar em mudanças que venham para o bem, em iniciativas que sejam bem intencionadas. A decisão do STF pode ser considerada como o primeiro ato concreto de uma reforma política, pois sem fidelidade partidária, o processo político se perde, tornando-se propício a ações corruptas e aventureiras. Pondo em risco a democracia e conseqüentemente a própria ética. Precisamos restaurar a credibilidade e transparência no sistema político brasileiro.