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Pôr o povo nas ruas para barrar reformas
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
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Aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, a reforma trabalhista deixou claro que os empresários, o agronegócio e os banqueiros elegeram os trabalhadores como os culpados pela crise, razão pela qual, alegam, devem pagar o preço do ajuste da política econômica.
O conteúdo da reforma, que tira direitos dos trabalhadores conquistados em décadas de lutas, atende tão somente as expectativas e reclamos dos patrões ávidos por aumentar sua taxa de lucro mediante a redução do custo da mão-de-obra.
A alegação, mentirosa, é que com salários mais baixos, menos leis para reger a relação capital e trabalho e a intensificação da terceirização a nossa economia se tornará mais competitiva na disputa pelo mercado internacional.
Na verdade, o ataque aos direitos e o corte dos investimentos públicos só tem causado recessão, aumento da pobreza, do desemprego e acelerado o processo de desindustrialização. Apesar de alguns protestos pontuais convocados e organizados pelas Centrais Sindicais e sindicatos, a mobilização dos trabalhadores não foi capaz de impedir as mudanças.
Tampouco trouxe resultados positivos, as negociações do movimento sindical com o governo e Congresso Nacional. A composição do Congresso Nacional, com uma ampla maioria formada por representantes empresariais, aprovou somente os temas de seu interesse e rechaçou as reivindicações dos empregados.
A aprovação da reforma trabalhista mostrou ser necessário que Centrais Sindicais e sindicatos apostem em amplas mobilizações de massa para impedir a regressão de direitos. É fundamental promover greves, paralisações, manifestações nas ruas e passeatas para reverter as iniciativas impopulares do governo e empresários.
Senadores-empresários aprovam reforma
O site Congresso em Foco, por exemplo, apurou que senadores-empresários deram a maioria absoluta dos votos a favor da reforma trabalhista. “Dos 50 senadores que votaram a favor da retirada de direitos, 37 têm participação societária em corporações, ações ou possuem alguma empresa ou fazenda em seu nome”, constatou o site. O total é equivalente a 74% dos senadores que votaram favoravelmente à reforma patrocinada pelo governo Michel Temer.
Mantendo-se os trabalhadores desmobilizados o governo vai empurrar outras reformas goela abaixo da população. A próxima será a da Previdência, que vai penalizar ainda mais os trabalhadores, especialmente aqueles que têm os salários mais baixos e que exercem atividades penosas.
Rivaldo Morais da Silva, presidente do Sindicato dos Frentistas de São Paulo (Sinpospetro-SP) e tesoureiro da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro)