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Quem vai mexer nesse queijo?
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
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Terminada as eleições 2014, para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais eleitos, a vida segue…
Fizemos o nosso papel! Seguindo nossa tradição democrática, mantivemos e fortalecemos a pluralidade partidária, adotada na FEQUIMFAR , pelos seus 33 sindicatos filiados, como também em nossa central, a Força Sindical.
Estivemos presentes e participativos no decorrer de toda campanha eleitoral e, em respaldo às nossas reivindicações, os candidatos deram ênfase e adotaram em suas propostas de campanha, questões de primeira ordem da pauta trabalhista, ou seja, graças a pressão do movimento sindical temas trabalhistas de grande importância fizeram parte do debate eleitoral. Exemplo disso: a busca de uma alternativa ao fator previdenciário, a manutenção da política do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda.
A vitória de Dilma Rousseff referendou o processo de incentivo a geração e formalização de emprego, oficializado pelo ex-presidente Lula, que beneficiou milhões de brasileiros, que saíram da linha de pobreza, em beneficio ao próprio crescimento econômico e social da nação.
Muitos brasileiros votaram em Aécio Neves, outros votaram em branco ou anularam seus votos, sendo que um grande número, ou seja, mais de 30 milhões brasileiros sequer compareceram às urnas para votar. São gestos que precisam ser mais bem avaliados e compreendidos.
Mas agora, em que pese toda uma gama de ações, que possibilitem um governo mais conciso e solicito com as necessidades da classe trabalhadora, frente a decisões que devem ser tomadas, não podemos deixar de alertar principalmente, para o que vem acontecendo, em decorrência das medidas tomadas pelo COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão subordinado ao Banco Central, referente à elevação da taxa SELIC (taxa básica de juros da economia brasileira), que somente beneficia o mercado financeiro, em favorecimento explícito aos especuladores, com prejuízo ao crescimento dos segmentos produtivos.
Sabemos que os juros altos desestimulam investimentos, que, por sua vez, reduzem possíveis incrementos sobre a capacidade produtiva. Com isso, a economia não cresce e cria-se um círculo vicioso, pois a baixa oferta provoca inflação, e para combatê-la aumentam a taxa SELIC, e isso inibe investimentos produtivos, em detrimento ao crescimento do País.
Segundo dados do SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal ), lembramos que cerca de mais de 42 % do Orçamento Geral da União, previsto para 2014, está destinado ao pagamento de juros e amortizações da divida pública, sendo que, dentre algumas porcentagens, apenas 3,91% está destinado a saúde, 3,44% para a educação, 2,88% para assistência social, e 0,02% para habitação, dentre outras.
Ora, e quem é que vai mexer nesse queijo? Serão os bancos e as instituições financeiras, que são os principais detentores dos títulos públicos e, por consequência, os principais credores da dívida interna do país, que irão continuar a se beneficiar dessas altas taxas de juros? Como fica a amortização dessa divida interna?
Precisamos enfrentar esse cenário, para que seja realizada uma distribuição mais justa e benéfica para a nação.
Já no Congresso Nacional em 2015, sabendo que o mesmo passará a ser formado por uma maioria de representantes oriundos de uma elite conservadora, vamos precisar de muita força e união para fazer pressão, contra tentativas de flexibilização dos direitos trabalhistas e sociais, além de outras que nos tentaram impor, como a aprovação do PL 4330 da terceirização.
Estamos alerta companheiros e companheiras, e com o apoio da Força Sindical e da CNTQ, conclamamos a todos, para que estejam cada vez mais aguerridos, por nossas bandeiras de luta, seja no embate que devemos travar em Brasília, como também em todas as regiões do Brasil.
Uma crescente união de forças do movimento sindical, na mobilização de toda sociedade, para falar e cobrar dos nossos deputados eleitos, e junto às demais autoridades, em defesa e amplitude dos direitos da classe trabalhadora.
Em seu discurso após o resultado vitoriosa das urnas, a presidente eleita clamou pela efetivação de um dialogo nacional, em beneficio à nação. Nesse contexto, reafirmamos nossos ensejos e disposição, para apoiar e colaborar com iniciativas de ordem prioritária e concreta, em usufruto de toda a sociedade.
Parabéns a todos! A luta continua, vamos em frente!
Sergio Luiz Leite, 1º secretário da Força Sindical e presidente da Fequimfar