Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Uma sociedade sem futuro: a desintegração social e os desmonte dos direitos trabalhistas

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Artigos

Uma sociedade sem futuro: a desintegração social e os desmonte dos direitos trabalhistas

Por: Marilane Oliveira Teixeira

Disfarçado por um discurso de modernização das relações de trabalho e de aperfeiçoamento de regras da previdência social se esconde o mais perverso e destrutivo desmonte dos direitos sociais de toda a nossa história.  A conquista de um patamar civilizatório mínimo nas relações entre capital e trabalho duramente alcançados estão sendo fortemente ameaçados pela PEC nº 287/16 e o PL nº 6.787/16, ambos em tramitação na Câmara Federal e, para completar, em março a Câmara aprovou o PL nº 4.302/98 sancionado em 31 de março e agora Lei nº 13.429 que libera a terceirização para todas as atividades, seja no âmbito público ou privado.   Com esse projeto todas as pessoas contratadas diretamente poderão ser substituídas por prestadores de serviços para a realização de qualquer tipo de atividade.

Nessa perspectiva, dá-se início ao desmonte do Estado através de um conjunto de medidas coordenadas cujo objetivo é criar um ambiente institucional favorável para o capital produtivo e para o rentismo assegurando aos últimos a sua rentabilidade através da redução dos gastos públicos e da reforma da previdência e aos primeiros um ambiente favorável para a retomada de um novo ciclo de crescimento por meio da reforma trabalhista e da aprovação do projeto de terceirização.
E, com isso, a estratégia de desmonte das políticas sociais e de retirada de direitos serve a dois propósitos: reduzir o tamanho do Estado na formulação e implementação de políticas públicas abrindo caminho para a redução da carga tributária atendendo com isso pleito antigo dos empresários que pressionam por redução de impostos e pela reforma trabalhista.

O parecer do Projeto de Lei nº 6.787 divulgado no dia 12 de abril consegue ser muito pior que a proposta original encaminhada pelo executivo em dezembro de 2016. O relatório desmantela conquistas históricas da classe trabalhadora e propõem mudanças substantivas em mais de 100 itens da CLT, em uma completa inversão dos fatos o relatório responsabiliza o que denomina de “excessos” da legislação pelo desemprego e informalidade e, com isso, reforça a individualização das relações de trabalho, o enfraquecimento dos sindicatos e da justiça do trabalho. Ou seja, são os trabalhadores com acesso a direitos e proteção social os responsáveis pela parcela que está fora do mercado de trabalho. A crise econômica que derrubou o PIB em mais de 7,5% entre 2015 e 2016 e produziu mais de 13 milhões de desempregados é vista apenas como consequência de uma legislação inflexível e anacrônica.

Uma ironia para uma sociedade em que os empresários descumprem cotidianamente com os direitos trabalhistas, praticamente metade das ações trabalhistas se refere a indenizações rescisórias em uma economia que a dispensa imotivada é recurso utilizado largamente pelas empresas para reduzir salários. Somente em 2016 foram movimentados mais de 30 milhões de homens e mulheres entre dispensas e contratações.

Trata-se de um desmonte dos direitos sociais e das organizações sindicais e do próprio judiciário uma vez que restringe o acesso dos trabalhadores por esse meio debilitando o nosso já frágil sistema de regulação do trabalho, além de prever que acordos por empresa se sobreponham a CLT e as convenções coletivas firmadas pelas categorias profissionais em um contexto em que as práticas antissindicais, a perseguição a organização sindical e a demissão imotivada é conduta recorrente.

As principais medidas contidas no relatório do projeto de reforma trabalhista e no projeto de terceirização aprovado pela Câmara federal individualizam as relações de trabalho e reduzem o grau de proteção social garantidos pela CLT e pelos instrumentos normativos, com isso, as empresas estarão livres para impor condições de pactuação que afetam os direitos constituídos impondo novas regras de contratação e realização do trabalho, ou seja, é o retorno ao século XIX em que prevalecia as formas mais desumanas de contratação.

Para além das formas de contratação já previstas em lei está sendo proposto a reedição do contrato em tempo parcial que poderá variar entre 25 e 30 horas semanais; o contrato intermitente, com alternância de períodos de prestação de serviços; teletrabalho sem controle de jornada. Além disso, a jornada poderá alcançar 12 horas diárias, banco de horas e compensação de jornada poderá ser firmado individualmente, redução do horário de almoço para 30 minutos, os feriados poderão ser alterados para evitar as pontes, bem como parcelamento de férias em três períodos, acordos salariais individuais através de livre negociação, salário por produtividade, planos de carreira e acesso a promoção individualizados aprofundando a já heterogeneidade do mercado de trabalho. Desde que autorizado mulher gestante e lactante poderá trabalhar em ambiente insalubre, assim como a jornada para aqueles que trabalham em ambientes insalubres poderá ser ampliada sem previa licença das autoridades.  A demissão desde que ajustada entre empregado e empregador representará pagamento de metade das verbas rescisórias e redução do acesso ao FGTS, o trabalhador e a trabalhadora serão obrigados ao final de cada ano a dar quitação dos valores recebidos ao longo do ano, coagindo-os sob o risco de serem demitidos no caso de recusa.

Trata-se de um conjunto de medidas que altera profundamente as relações de trabalho, retira direitos, intensifica a jornada e o ritmo de trabalho, expõe as pessoas a condições de insegurança com forte impacto sobre a saúde e segurança no trabalho, individualiza as relações e amplia o controle do capital sobre o trabalho.  Com isso teremos o trabalho totalmente submisso e sem controle de jornada e de remuneração dois aspectos fundamentais das relações de trabalho e ao individualizar as relações promoverá maior fragmentação dentro do ambiente de trabalho rompendo os laços de solidariedade e de identidade de classe, fortalecendo a representação dos trabalhadores com poderes de negociação em contraposição aos próprios sindicatos quando os interesses não coincidirem.

Portanto, o efeito destas medidas é retirar direitos e fragilizar a ação coletiva dos trabalhadores, enfraquecer as entidades sindicais através do fim do imposto sindical que, segundo o relatório, só poderá ser descontado do trabalhador que autorizar por escrito a contribuição. As propostas de alteração na sustentação financeira das entidades não têm o objetivo de fortalecer a representação dos trabalhadores, mas desestruturá-la para que não se constitua em uma força política capaz de reagir a retirada de direitos. A intenção é de enfraquecer os sindicatos para avançar na flexibilização e no desmonte social.

A insensatez das medidas compromete profundamente o futuro do trabalho e o acesso a previdência pública. Conforme dados da ANFIP de 2014, 51% do financiamento da seguridade social advém da massa salarial. A reforma trabalhista e o PL da terceirização impõem novas formas de contratação que reduzem os rendimentos do trabalho, precariza as suas relações e compromete a própria contribuição previdenciária. Trata-se de contratos que carregam elevado grau de precariedade a exemplo dos   contratos temporários, intermitentes, parciais e firmados com pessoas jurídicas (PJs) com significativa queda na capacitação de arrecadação. Além disso, por se tratar de contratos precários haverá maior exposição a longos períodos de desemprego e retorno ao mercado de trabalho em condições mais desfavoráveis e com salários menores. O resultado disso será uma sociedade sem futuro.

Marilane Oliveira Teixeira é Economista e assessora sindical
 

A permanente luta contra a desigualdade no Brasil
Eusébio Pinto Neto

A permanente luta contra a desigualdade no Brasil

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Eduardo Annunciato, Chicão

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Força Sindical integra 4º Congresso da IndustriALL em Sydney
Força 7 NOV 2025

Força Sindical integra 4º Congresso da IndustriALL em Sydney

Centrais sindicais reúnem-se para falar sobre COP 30
Força 7 NOV 2025

Centrais sindicais reúnem-se para falar sobre COP 30

COP30 e o desafio de proteger os trabalhadores diante das mudanças climáticas
Artigos 7 NOV 2025

COP30 e o desafio de proteger os trabalhadores diante das mudanças climáticas

Sindicalismo leva trabalho decente e transição justa à COP30
COP-30 7 NOV 2025

Sindicalismo leva trabalho decente e transição justa à COP30

Chicão ministra curso de negociação e fortalece formação sindical
Força 7 NOV 2025

Chicão ministra curso de negociação e fortalece formação sindical

Frentistas fortalecem fórum jurídico em Encontro Nacional
Força 7 NOV 2025

Frentistas fortalecem fórum jurídico em Encontro Nacional

Sintrabor e DIESAT: ações com foco em saúde e segurança
Força 7 NOV 2025

Sintrabor e DIESAT: ações com foco em saúde e segurança

Encontro dos Trabalhadores na COP30 reforça unidade sindical
COP-30 7 NOV 2025

Encontro dos Trabalhadores na COP30 reforça unidade sindical

Sindnapi disputa a eleição para o Conselho Municipal da Pessoa Idosa de SP
Força 7 NOV 2025

Sindnapi disputa a eleição para o Conselho Municipal da Pessoa Idosa de SP

NOTA – Justiça tributária avança: isenção de IR até R$ 5 mil e tributação maior aos super-ricos
Força 6 NOV 2025

NOTA – Justiça tributária avança: isenção de IR até R$ 5 mil e tributação maior aos super-ricos

A luta pelo tempo livre e o fim da escala 6×1
Imprensa 6 NOV 2025

A luta pelo tempo livre e o fim da escala 6×1

Juros altos são uma irresponsabilidade com o Brasil
Palavra do Presidente 6 NOV 2025

Juros altos são uma irresponsabilidade com o Brasil

Vitória da luta e pressão sindical: Senado aprova isenção do IR para R$ 5 mil
Força 6 NOV 2025

Vitória da luta e pressão sindical: Senado aprova isenção do IR para R$ 5 mil

Metalúrgicos da AGCO debatem reajuste e direitos em Mogi
Força 6 NOV 2025

Metalúrgicos da AGCO debatem reajuste e direitos em Mogi

Juros altos é irresponsabilidade com o País
Força 5 NOV 2025

Juros altos é irresponsabilidade com o País

Mulheres sindicalistas fortalecem liderança e negociação com igualdade
Força 5 NOV 2025

Mulheres sindicalistas fortalecem liderança e negociação com igualdade

Regional Guarulhos da Força SP debate sindicalismo e eleições de 2026
Força 5 NOV 2025

Regional Guarulhos da Força SP debate sindicalismo e eleições de 2026

Sintepav realiza assembleias na Bahia: PLR, Cartão Benefício e distribuição de boletins
Força 5 NOV 2025

Sintepav realiza assembleias na Bahia: PLR, Cartão Benefício e distribuição de boletins

SINTRABOR participa do 4º Congresso da IndustriALL Global Union
Força 5 NOV 2025

SINTRABOR participa do 4º Congresso da IndustriALL Global Union

Serginho reforça reindustrialização em encontro com Alckmin e Faber-Castell
Força 5 NOV 2025

Serginho reforça reindustrialização em encontro com Alckmin e Faber-Castell

Força Sindical SP prepara participação na II Conferência Nacional do Trabalho
Força 5 NOV 2025

Força Sindical SP prepara participação na II Conferência Nacional do Trabalho

Frentistas realizam Encontro Nacional e programam ações
Força 4 NOV 2025

Frentistas realizam Encontro Nacional e programam ações

Frentistas ampliam luta por mulheres, jovens e proteção trabalhista
Força 4 NOV 2025

Frentistas ampliam luta por mulheres, jovens e proteção trabalhista

Trabalhadores garantiram CCT e reajuste salarial na Ibratar
Força 4 NOV 2025

Trabalhadores garantiram CCT e reajuste salarial na Ibratar

Centrais pressionam BC por redução urgente dos juros
Força 4 NOV 2025

Centrais pressionam BC por redução urgente dos juros

Sintracon-SP promove Festa do Sócio com prêmios e diversão
Força 4 NOV 2025

Sintracon-SP promove Festa do Sócio com prêmios e diversão

CNTI expande curso e fortalece negociações coletivas no país
Força 4 NOV 2025

CNTI expande curso e fortalece negociações coletivas no país

Ministérios do Trabalho e das Mulheres apresentam 4º Relatório de Transparência Salarial
Força 4 NOV 2025

Ministérios do Trabalho e das Mulheres apresentam 4º Relatório de Transparência Salarial

Trabalhadores do setor químico, plástico e fertilizantes recebem proposta patronal
Força 3 NOV 2025

Trabalhadores do setor químico, plástico e fertilizantes recebem proposta patronal

Trabalhadores em edifícios fortalecem direitos e garante ganho real
Força 3 NOV 2025

Trabalhadores em edifícios fortalecem direitos e garante ganho real

Aguarde! Carregando mais artigos...