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Buenos Aireis (ARG) : Conferência Internacional do Setor Lácteo da UITA
quinta-feira, 11 de março de 2010
Força
Buenos Aires – Argentina de 9 a 12 de março de 2010
Com Neuza Barbosa de Lima
Brasil não escapa da realidade mundial
No marco da Conferência Internacional do Setor Lácteo da UITA a Sirel entrevistou Neuza Barbosa de Lima, vicepresidenta do Comitê Executivo da UITA e diretora da Federação dos Trabalhadores na Alimentação do Estado de São Paulo (FETIASP).
-Que relevancia tem o setor lácteo concretamente no Estado de São Paulo e que incidencia isso tem para a FETIASP?
-É um setor muito importante, tanto para o Estado como para a Federação, já que temos um número importante de sindicatos filiados, os quais representam uma quantidade significante de trabalhadores. Somente no Estado de São Paulo o setor emprega mais de 20.000 pessoas que estão concentradas na capital onde se encontram as principais indústrias.
-Referindo-se ao leite, existe muita diferença entre o preço que se paga ao produtor e o que se cobra do consumidor?
-Sim, a diferença é muita. Atualmente se paga entre R$ 0, 60 e R$ 0,70 por litro ao produtor, mas ao consumidor custa cerca de R$ 1,60 o litro. Ainda assim este preço varia segundo a safra e pode alcançar até R$ 2,20 (1,2 dólares aproximadamente) o litro.
-A tendencia mundial do mercado é a concentração cada vez maior da produção nas mãos de poucas empresas. Isto também acontece no Brasil?
-Sem duvidas, o Brasil não escapou da tendência mundial do mercado. Em uma primeira etapa a Parmalat foi comprando as pequenas empresas locais, em seguida à crise que sofreu esta transnacional outras grandes empresas de outros grupos começaram a adquirir porções do mercado lácteo como a Perdigão que absorveu a Batavo e a Elegê, entre outras. Este é um dos principais problemas que o setor enfrenta no país, já que esta concentração em poucas empresas prejudica pequenos produtores e industriais no que incide diretamente na perda de postos de trabalho.
- Qual a porcentagem de Mulheres que trabalham no setor lácteo no Brasil
– Cerca de 20% a 30% da mão de obra é feminina, porém neste setor é predominante a mão de obra masculina.
-Como são as condições de trabalho em termos de saúde?
-As doenças ocupacionais são abundantes, sobretudo porque nesta industria existem mudanças bruscas de temperatura, o que tem aumentado o número de doenças respiratórias, que são abundantes. Não só as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são um problema para os trabalhadores e trabalhadoras deste setor, como também enfrentam a pneumonia, gripe, etc.
-Houve avanço referente a questão do controle sanitário?
-Sim, atualmente são realizadas muitas inspeções sanitárias, as normas trabalhistas que regulam as condições de saúde e segurança no país são efetivas, desta forma tem diminuido a porcentagem de doenças ocupacionais.
-Quais são os desafíos da FETIASP para o setor lácteo?
-Um dos nossos principais objetivos é diminuir a concentração do setor das mãos de poucas empresas para que os pequenos produtores nao desapareçam. Para isto a Federação manteve uma negociação com o governo do Estado de São Paulo para que fossem reduzidos os impostos à pequenos e médios produtores como uma medida para que estes permaneçam, no Estado. Por outro lado também houve lucro colocando o leite fresco, produzido por estes produtores, nos programas sociais e em escolas públicas como forma de aumentar sua cota no mercado.
-O quê se espera da Conferência do Setor Lácteo da UITA?
-A possibilidade de intercâmbio de experiências com outros países é muito positiva para fortalecer os trabalhadores, sobretudo, para encontrar soluções conjuntas para a problemática que enfrenta o setor lácteo a nivel mundial.