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Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio

terça-feira, 5 de agosto de 2025

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Mais empregos, melhores salários e uma produtividade virtuosa; Por Clemente Ganz Lucio

Por: Clemente Ganz Lúcio

Para o sociólogo Clemente Ganz Lucio, o país deve investir para em transformações estruturais que promovam emprego, melhores salários e uma produtividade mais qualificada

Emprego, salário e produtividade devem contribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável. Foto: Agência CNI

Novamente o IBGE, por meio da PNAD Contínua, divulgou bons resultados sobre os empregos e os salários no Brasil, com dados referentes ao primeiro semestre de 2025. Em parte da mídia a notícia vem acompanhada de títulos e comentários que adicionam um “mas”: “mas a crise, mas o déficit público, mas o ajuste fiscal, mas a inflação” etc. O “mas” é uma conjunção coordenativa adversativa da língua portuguesa que, nesse caso, expressa contrariedade com a notícia, busca destacar outra agenda ou apresenta uma leitura alternativa do fenômeno.

De fato, as adversidades no país são muitas e complexas: desindustrialização, insuficiência de investimento, desigualdades, juros estratosféricos, crédito caro, inovação incipiente, déficit educacional, produtividade estagnada, entre outros problemas e desafios. Porém, para cada uma dessas adversidades, observam-se esforços e iniciativas, públicas e privadas, para enfrentá-las e superá-las. Políticas públicas como a NIB (Nova Indústria Brasil), crédito para investimento impulsionado pelo BNDES e bancos públicos para grandes, médias e pequenas empresas, e projetos de investimento produtivo realizados ou anunciados pelas empresas são bons exemplos de respostas.

Do ponto de vista social, há políticas para acabar com a fome — resultado novamente alcançado em dois anos — ou superar a pobreza, com milhares de beneficiários saindo do Bolsa Família por conseguirem sustentar a renda pelo trabalho. O que quero destacar é que, apesar das adversidades e fragilidades, atuar para gerar investimento e renda para as famílias anima a economia: o sistema produtivo responde produzindo bens e serviços, gerando empregos e ocupações, aumentando os salários e a renda do trabalho.

Os bons resultados

Os resultados alcançados no mercado de trabalho são relevantes. A taxa de desocupação recuou para 5,8% no trimestre móvel encerrado em junho de 2025, segundo a PNAD Contínua — a menor taxa de toda a série histórica iniciada em 2012 —, uma redução de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (6,9%). Esse resultado indica que o contingente de pessoas desocupadas foi estimado em 6,3 milhões de pessoas que continuam procurando uma oportunidade de trabalho. No último ano, 1,1 milhão de pessoas passaram à condição de ocupadas, o que representa um recuo de 15,4% no contingente de desocupados.

O desemprego cai porque a dinâmica da economia gera postos de trabalho ou cria oportunidades de ocupação autônoma, sendo capaz de absorver, ao mesmo tempo, quem chega ao mercado e quem já está procurando emprego. O resultado global é que a população ocupada cresceu 2,4% e atingiu 102,3 milhões de pessoas.

O nível de ocupação também cresce porque mais pessoas em idade de trabalhar ingressam no mercado e encontram uma colocação. O país encontra-se em patamar recorde de ocupação, com uma taxa de 58,8%. Isso quer dizer que, de cada 100 pessoas em idade ativa, 59 estão ocupadas. E as outras 41? São jovens que estão estudando; pessoas que cuidam da casa ou de familiares — crianças, doentes, idosos — e que não são consideradas economicamente ativas, apesar de trabalharem muito; pessoas afastadas por doença, gravidez ou cuidado dos filhos; ou aquelas que não precisam ou não querem trabalhar, entre outros casos. Nesse contingente, há espaço para aumentar a taxa de ocupação, especialmente entre as mulheres, seja criando condições para inserção laboral segura, por exemplo, com creches e escolas em tempo integral, seja reconhecendo os serviços de cuidados como atividade econômica.

Lembremos que, na pandemia, em 2020, o nível de ocupação caiu para 48,9% e, desde então, a economia repôs e criou mais de 20 milhões de postos de trabalho. E o que tem puxado o emprego? Neste último trimestre, foi o setor de educação que mais gerou empregos, sendo que os demais setores não apresentaram variação significativa. Observando a dinâmica do último ano, há aumento de 4,9% na ocupação na indústria; 3,0% no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas; 5,9% no setor de transporte, armazenagem e correios; 3,8% no setor de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas; e 3,7% na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.

Essa dinâmica virtuosa tem impacto positivo ao reduzir a informalidade, que recuou para 37,8%. Ainda assim, cerca de 39 milhões de trabalhadores vivem sem proteção trabalhista, previdenciária, social e sindical. A maior taxa de informalidade foi registrada em 2019 (41%). A redução, porém, é muito lenta. Nesse contingente estão trabalhadores sem carteira assinada (13,6 milhões); por conta própria sem CNPJ (18,9 milhões); trabalhadoras/es domésticas/os (4,3 milhões); trabalhadores da agricultura familiar (1,2 milhão) e empregadores sem CNPJ (0,8 milhão).

Vale destacar que, neste último trimestre, a pesquisa constatou um aumento de 2,6% (mais 256 mil pessoas) no número de assalariados sem carteira assinada, que hoje totalizam 13,5 milhões. Por outro lado, positivamente, o número de assalariados com carteira aumentou 3,7% no último ano, atingindo 39 milhões de trabalhadores.

Os salários também cresceram. O rendimento médio real habitual passou para R$ 3.477, alta de 3,3% em 12 meses, o que representa uma massa de rendimento real mensal habitual dos ocupados de R$ 351 bilhões — um aumento de 5,9% no último ano, ou seja, R$ 19,7 bilhões a mais por mês, perto de R$ 250 bilhões a mais ao ano em poder de compra coletivo. Isso anima a economia, porque cada real no bolso da trabalhadora ou do trabalhador gera demanda de consumo, fortalecendo a atividade produtiva, o comércio e os serviços — que inovam e contratam.

O IBGE faz um recorte interessante ao estimar que há 16,5 milhões de pessoas que querem ou poderiam estar no mercado de trabalho: seja porque podem aumentar sua jornada parcial, estão desempregadas e procuram emprego, ou estão desalentadas e podem mudar de atitude. Esse contingente contrasta com os argumentos recorrentes de que há pleno emprego na economia brasileira e, portanto, escassez de mão de obra. Há, de fato, um expressivo número de pessoas querendo um bom emprego ou uma boa ocupação, com salário digno ou remuneração adequada.

A que se devem os bons resultados?

A economia e o emprego mostram-se, até o momento, resilientes diante da política monetária altamente contracionista. A taxa básica de juros (Selic), na casa dos 15% — a maior entre os países desenvolvidos — não tem sido capaz, até aqui, de frear a economia e destruir empregos. Persistem, contudo, em mantê-la alta em nome do controle da inflação. Estruturalmente, a inflação se controla com crescimento da atividade produtiva, dinamizada pelo aumento da produtividade, do investimento e da inovação, que ampliam a oferta de bens e serviços e sustentam o crescimento dos salários.

Destaca-se que o PIB brasileiro vem registrando crescimento positivo, ainda que modesto diante do necessário para promover transformações estruturais. Os reflexos positivos aparecem especialmente em setores intensivos em mão de obra, com tendência à formalização e ao assalariamento com carteira assinada, como serviços, comércio, agropecuária, construção civil e indústria de transformação.

Desde 2023, a expansão do consumo das famílias e o aumento do crédito ajudaram a dinamizar diversos setores com emprego formal. Políticas públicas como o aumento do salário mínimo, o Bolsa Família e demais programas de transferência de renda, o Desenrola, o e-consignado, a redução do endividamento das famílias e do custo do crédito, o pagamento de precatórios e de saldos do FGTS (para demitidos que optaram pelo saque-aniversário), o Programa Emprega + Mulheres, entre tantos outros, estimularam a geração de postos de trabalho — especialmente formais. O reforço na fiscalização do trabalho e no registro em carteira também tem colaborado para reduzir a informalidade em alguns segmentos.

De outro lado, políticas reunidas na NIB – Nova Indústria Brasil, os investimentos mobilizados pelo novo PAC, a retomada do papel do BNDES no investimento produtivo, da FINEP na inovação, entre outras medidas, ajudam a restaurar a confiança empresarial e impulsionar novos investimentos. O novo ciclo de investimentos em infraestrutura, saúde e educação nos estados e municípios; a estruturação de novos projetos em energia renovável, enfrentamento da emergência ambiental, concessões — entre outras iniciativas — abre novas fronteiras para atividades produtivas que geram empregos e renda. Também deve-se considerar o papel positivo que a reforma tributária tem e terá para elevar a confiança no médio prazo.

O setor de serviços, responsável por mais de 70% do PIB e da ocupação no Brasil, foi um dos que mais geraram empregos formais — especialmente em saúde, educação, TI e serviços administrativos — e tem se beneficiado do reaquecimento do turismo, dos eventos e da demanda urbana. A agropecuária, com safra recorde, e a construção civil também têm apresentado bons resultados.

“Mas” podemos construir um acordo para a produtividade e o emprego

Nosso desafio é investir para promover transformações estruturais que façam a economia agregar mais valor, inovar com tecnologias que qualifiquem o trabalho e aumentem a produtividade, promovendo bem-estar social, qualidade de vida e um meio ambiente saudável.

Para isso, um dos desafios estratégicos é combinar investimento, inovação e qualificação profissional para mobilizar um caminho coletivo virtuoso de aumento da produtividade. Esse deveria ser o vetor estruturante de um grande acordo social de longo prazo, que combinasse produtividade, renda, crescimento e qualidade de vida.

Esse acordo social deveria conter um plano de longo prazo de equilíbrio fiscal sustentado no crescimento, na produtividade e na transformação do Estado por meio da digitalização e da eficiência — buscando ampliar a capacidade de investimento público, garantir políticas sociais sustentáveis e favorecer a inclusão produtiva, especialmente das gerações mais jovens. Essencial também nesse acordo seria um plano de redução estrutural da taxa básica de juros.

As transições tecnológica, demográfica e climática deveriam impulsionar uma ação política assertiva em favor do diálogo social permanente, orientado pelo bem comum, pelo interesse coletivo, pela qualidade de vida e pela renovação da democracia — no contexto dos desafios e oportunidades das próximas décadas deste alucinante século XXI.

Clemente Ganz Lucio, Sociólogo, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, membro do CDESS – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República, membro do Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil, consultor e ex-diretor técnico do DIEESE (2004/2020)

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