Imagem do dia
[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"] Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]
Enviar link da notícia por e-mail
Força
Maria Bethânia canta: Memórias do Mar; música
sexta-feira, 27 de junho de 2025
Força
Maria Bethania, cantora brasileira
“A água do mar na beira do cais / Vai e volta, volta e meia, vem e vai” simula o ritmo do trabalho. Assim como as marés, a vida do trabalhador é marcada por idas e vindas, partidas e retornos, movimento e pausa. É um ciclo que define o não só o cotidiano dos marinheiros, mas simbolicamente o de todos os trabalhadores que enfrentam rotinas desgastantes e, muitas vezes, alienantes.
Ao mencionar os “velhos marinheiros do mar da Bahia”, a canção interpretada por Maria Bethânia, presta uma homenagem à experiência acumulada, ao saber tradicional, ao valor do trabalho passado. A lembrança das “histórias que feito ondas não voltam mais” sugere o apagamento da memória operária, das lutas e vivências que ficam soterradas sob o tempo — uma crítica sutil à forma como o progresso muitas vezes apaga o valor do trabalhador idoso, sua experiência e sabedoria.
A letra mostra uma simbiose entre o trabalhador e o mar. A fala “metade de alma minha é feita de maresia” revela a fusão entre sujeito e natureza: o trabalhador do mar não é alguém apartado de seu meio, mas alguém que vive e se constitui a partir dele. É uma relação não apenas de exploração do espaço, mas de pertencimento, o que se distancia da lógica capitalista que trata o trabalhador como mero recurso a ser usado.
Memórias do Mar
(Compositores: Antonio Jorge Portugal e Everaldo Calazans De Almeida Filho/2006)
Intérprete: Maria Bethânia
A água do mar na beira do cais
Vai e volta, volta e meia, vem e vai
A água do mar na beira do cais
Vai e volta, volta e meia, vem e vai
Quem um dia foi marinheiro audaz
Relembra histórias
Que feito ondas não voltam mais
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá
Tempestades e ventos
Tufões violentos
E arrebentação
Hoje é calmaria
Que dorme dentro do coração
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é aqui
Maré mansa e morna
De plataforma ou de Peri-Peri
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá
Mar
Metade de alma minha é feita de maresia
A água do mar na beira do cais
Vai e volta, volta e meia, vem e vai
A água do mar na beira do cais
Vai e volta, volta e meia, vem e vai
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Fonte: Centro de Memória Sindical
Leia também: Lobão canta: Panamericana (Sob o Sol de Parador); música