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Porto Alegre (RS): Rodoviários da empresa Sentinela definem rumos da greve
sexta-feira, 3 de junho de 2011
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A Sentinela faz parte do consórcio Unibus e atende as linhas Jardim Ipê, Bela Vista e Morro Santana em Porto Alegre.
Os funcionários da Empresa Rodoviária Sentinela estão de greve desde segunda-feira por falta de condições de trabalho.
Diante da situação falimentar da empresa, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, liderado pelo presidente Itibiriça Acosta, decretou estado do greve para garantir minimamente os direitos dos trabalhadores que vinham operando em condições precárias. Há quase um ano a Sentinela está com os ônibus sem inspeção, abastecidos em postos comuns e realizando pagamento dos profissionais na roleta, além de ter descontado as pensões alimentícias e não ter feito os repasses para as famílias.
‘A empresa está falida, não oferece peças mecânicas para os ônibus que precisam de revisão e não há nem mesmo óleo diesel para abastecer os carros na garagem. Passageiros estavam ficando na rua quando não eram abastecidos com tempo em postos comuns, o que não é permitido’, declarou Acosta sobre o panorama da crise por que passa a Empresa Sentinela.
A assembleia desta tarde discutiu o documento que propõe a formação de uma comissão administrativa formada por representantes da empresa e dos funcionários para tentar reerguer e colocar em circulação os ônibus novamente.
A Sentinela faz parte do consórcio Unibus e atende as linhas Jardim Ipê, Bela Vista e Morro Santana em Porto Alegre. Apesar da greve, a população não está sendo prejudicada porque foram destinados ônibus de outras empresas parte do consórcio para atender a demanda.
Se a empresa for vendida, o objetivo do Sindicato é que sejam mantidos os funcionários com seus empregos. ‘Vamos esperar a decisão do dono e ver o que a comissão pode fazer’, afirmou Acosta.
O funcionário Gerri Escobar, auxiliar de lavador, está na Sentinela há um ano e meio e relatou o drama dos funcionários. ‘O nosso pagamento está saindo toda a semana da roleta do ônibus, não contamos com ferramentas adequadas de trabalho e não foram repassadas as pensões alimentícias. Para completar, não foram depositados os fundos de garantia. Esperamos que o proprietário nos inclua numa negociação, porque as dívidas da Sentinela são tão grandes que acho difícil haver recursos para pagar rescisões’, contou.
Segundo o diretor da Força Sindical-RS Marcelo Furtado, que estava acompanhado do diretor Cláudio Côrrea, as dívidas da empresa chegam a R$ 19 milhões, podendo alcançar até R$ 30 milhões. Além desse devedor, o proprietário da empresa estaria pedindo R$ 3 milhões para vender a Sentinela. ‘Há um rombo, por exemplo, de R$ 31 mil só de pensão alimentícia descontada e não repassada às famílias dos funcionários’, disse. A Força Sindical acompanha o processo com a equipe de colaboradores, diretores e demais sindicalistas filiados à central.
O documento posto em votação hoje foi redigido ontem e previa a eleição de membros titulares da comissão que mudariam a cada ano durante um mandato de cinco anos para assumir a administração paritária da empresa.
Amanhã, às 10h, haverá nova reunião na Delegacia Regional do Trabalho com uma comissão trabalhista, uma do Sindicato, uma do Ministério do Trabalho, uma da Unibus e outra dos proprietários da Sentinela.