
‘Povo tem que ir às ruas pelos serviços públicos’
Se a população não for às ruas para garantir os serviços públicos de saúde, educação e assistência social, entre outros, a reforma administrativa em curso na câmara federal poderá reduzi-los e até extingui-los.
O alerta é da diretora da CSPB (confederação dos servidores públicos do Brasil) e dirigente da central Força Sindical, Cristina Gomes, que participou, na noite de segunda-feira (30), da ‘live’ semanal do Sindest.
Sindest é o sindicato dos 12 mil estatutários e 7 mil aposentados da prefeitura e câmara de Santos. Seu presidente, Fábio Pimentel, também advertiu sobre eventuais problemas
Congresso capitalista
Cristina acha que a intenção do grupo de trabalho (gt) criado em maio pelo presidente da câmara, Hugo Motta (Republicanos PB), é privatizar os serviços públicos.
“Infelizmente, a sociedade não percebe o perigo”, disse ela, também presidente do sindicato do funcionalismo municipal de Itapira (SP). “Corremos risco de acabarem com a saúde gratuita”.
A sindicalista ponderou que o congresso nacional é formado majoritariamente por capitalistas, representantes do sistema financeiro, agronegócio, comércio e indústria.
Copiar dos Estados Unidos
A finalidade desse segmento, segundo Cristina, é lucrar com o desmonte, terceirização e privatização dos serviços prestados gratuitamente pelo estado, além de extinguir direitos dos trabalhadores.
O presidente do sindicato dos servidores de Bertioga, Jorge Guimarães, que também participou do programa pelo facebook, youtube e instagram, concordou com as opiniões de Cristina.
Ele acredita que a ideia dos parlamentares é implantar no Brasil o sistema vigente nos Estados Unidos, onde o atendimento à saúde é totalmente privatizado.
Político são cínicos
“Aqui, temos remédios e procedimentos gratuitos, inclusive de combate ao vírus ‘hiv’ e tratamento da ‘aids’ (síndrome da imunodeficiência adquirida). Lá, não”, disse Jorge.
A opinião pública desconhece o problema por falta de informações pela mídia corporativa e porque “os políticos são cínicos”, disse o sindicalista.
A presidenta do sindicato dos servidores de Mongaguá, Alvina Meira, também participou da ‘live’ e lamentou que a categoria, em nível local, estadual e nacional, esteja alheia à campanha.
Críticas a Tarcísio
Ela defendeu que o movimento sindical agilize as informações destinadas ao funcionalismo e criticou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelas privatizações no estado.
Fábio Pimentel lembrou que o ‘gt’ da câmara ainda não concluiu o texto da reforma, o que deve ocorrer na primeira quinzena de julho, mas defendeu a mobilização da categoria.
Ele e os demais participantes da ‘live’, disponível na rede social do Sindest, conclamaram o funcionalismo dos poderes executivo, legislativo e judiciário a participarem de protesto nesta sexta-feira (4).
Ato será na Fupesp
O ato público será na capital paulista, promovido pela Fupesp (federação dos funcionários públicos municipais de São Paulo), a partir das 10 horas, em sua sede na rua da Quitanda, 96, conjunto 21, Centro.
Seu presidente, Damázio Sena, que participou da ‘live’ da semana passada, convocou a manifestação para sindicatos filiados ou não, centrais sindicais e dirigentes de outras categorias.
Parlamentares simpáticos à causa, lideranças populares, estudantis e quem mais esteja interessado poderão participar do evento contra os prejuízos aos servidores e ao serviço público.
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