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Centrais do PR conquistam o maior salário mínimo regional do país

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

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Centrais do PR conquistam o maior salário mínimo regional do país

Centrais sindicais do Paraná conquistam o maior salário mínimo regional do país. Saiba mais sobre o valor e o reajuste.

Centrais do PR conquistam o maior salário mínimo regional do país

Reunião do Conselho Estadual do Trabalho definiu valores que serão sancionados pelo governador Ratinho Junior – Foto: Manoel Ramires/BdF

R$ 1984,16. Este é o menor valor do novo salário mínimo regional negociado pelas centrais sindicais com os sindicatos patronais apenas no Grupo 1. No Paraná foram estabelecidos quatro grupos que tiverem reajustes acima da inflação, conquistando ganho real para os trabalhadores paranaenses.

Eles abrangem os trabalhadores que não têm Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Desde 2020 a 2024, o reajuste foi de 41,88%%, sendo 6,41% de ganho real.

Para as centrais, o maior salário regional do país é resultado do fato de “que bateram o pé na proposta de basear o reajuste do piso regional na fórmula da política de valorização do salário mínimo nacional”.

A definição dos valores para os quatro grupos foi anunciada hoje (17), em reunião ocorrida no Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba(SMC), filiado a Força Sindical do Paraná.

Ela ocorreu nesta data porque teve que aguardar a divulgação do INPC do período, feita na semana passada.

A inflação do período foi de 4,77%. Para o cálculo do reajuste nacional concedido pelo presidente Lula no início do ano, o percentual foi de 7,51%. Isso representou ganhou real de 2,61% para os trabalhadores. O mínimo nacional está em R$ 1.518.

Mínimo no Paraná tem quatro grupos

  • Grupo 1 | R$ 1.984,16 (6,85% reajustes, sendo 1,99% de ganho real) – Trabalhadores Agropecuários, Florestais e da Pesca, correspondentes ao Grande Grupo 6 da Classificação Brasileira de Ocupações
  • Grupo 2 | R$ 2.057,59 (6,78% de reajuste, sendo 1,91% de ganho real) – Trabalhadores de Serviços Administrativos, Trabalhadores dos Serviços, Vendedores do Comércio em Lojas e Mercados e Trabalhadores em Reparação e Manutenção, correspondentes aos Grandes Grupos 4, 5, 9 da Classificação Brasileira de Ocupações;
  • Grupo 3 |R$ 2.113,42 (6,71% de reajuste, sendo 1,85% de ganho real) – Trabalhadores da Produção de Bens e Serviços Industriais, correspondentes aos Grandes Grupos 7 e 8 da Classificação Brasileira de Ocupações
  • Grupo 4 | R$ 2.275,36 (6,58% de reajuste, sendo 1,73% de ganho real) – Técnicos de Nível Médio, correspondentes ao Grande Grupo 3 da Classificação Brasileira de Ocupações.

O diretor da Força Sindical e do Conselho Estadual do Trabalho, Paulo Pissinini, destacou a força do trabalho e da economia paranaense durante a negociação.

“O estado tem o 4o maior PIB do país, estamos gerando empregos, a indústria está investindo e o campo plantando. Os resultados do Paraná são fruto de trabalho e é justo que tenhamos o maior piso regional nacional”, comparou.

Ao discutir os valores, o líder da bancada patronal, Luiz Roberto Romano, da Faciap, defendeu o reajuste limitando o ganho real menor do que o nível nacional e sem arredondamento. A posição foi apoiada pelo governo do estado.

“Reforço o apoio do governo para o crescimento do estado. Reforço também o comprometimento com a qualificação dos trabalhadores. Mas, com relação ao piso, a gente defende a aplicação da lei estadual” aprovada em 2022, disse Romano.

O economista do DIEESE, Sandro Silva, esclareceu o histórico das negociações do piso regional.

“Desde o governo Beto Richa, o valor regional era negociado no Conselho Estadual do Trabalho. Com o Ratinho, o governador se apropriou do resultado da negociação, mediando apenas o processo e sem intervenção. Mas a partir de 2022 começou a ser diferente no estado. O governo fez uma proposta que acaba tendo perda em relação à referência nacional, o que foi ruim”, comparou ao criticar a negativa ao arredondamento dos valores a serem pagos. Mesmo sem isso, as entidades conseguem manter os ganhos reais nos últimos anos.

Já o presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller, reforçou que o estado poderia remunerar melhor os trabalhadores.

“Nós temos um compromisso de avançar para aumentar o valor/hora que significa muito na vida dos trabalhadores. Por isso, insistimos em avançar neste ponto. Fizemos apelo pelo arredondamento para os patronais e governo estadual, demonstrando boa vontade com a classe trabalhadora”, defendeu.

O Salário Mínimo Regional é aplicado em apenas cinco estados brasileiros. São eles Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No Paraná, a negociação reúne patronais como a a FIEP e centrais: CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, CSB e CTB

Maior do Brasil

Desde sua criação em 2006, o salário mínimo regional do Paraná, em suas categorias ocupacionais, sempre foi estabelecido em patamares superiores aos do salário mínimo nacional. Ao mesmo tempo, essa política permitiu ao trabalhador paranaense, pertencente aos grupos previstos, a possibilidade de alcançar o maior piso mínimo regional do país.

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